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Viegas descarta falta
de empenho do governo
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
O ministro José Viegas (Defesa)
rebateu ontem as críticas de familiares de mortos e desaparecidos
políticos durante o regime militar, que acusam uma falta de empenho do governo Lula em abrir
os arquivos do período da ditadura brasileira (1964-1985).
Representantes de familiares na
Comissão Especial dos Mortos e
Desaparecidos Políticos afirmaram na quarta que a atual administração fez, até agora, menos
que o governo Fernando Collor
de Mello (1990-1992) pela abertura dos arquivos da ditadura.
"Não acho que isso [que o governo Lula fez menos que o governo Collor] seja reflexo da verdade. Acho natural que os parentes reclamem e busquem obter
uma satisfação, a compensação
de algum modo pelo acontecido.
Mas não é verdade que o governo
brasileiro vem agindo com demasiada lentidão", disse ontem o ministro, em São José dos Campos.
Segundo o ministro, o governo
está preparando "uma resposta
digna a toda a sociedade brasileira" sobre o período da ditadura.
Viegas não quis comentar a reportagem da revista "IstoÉ" sobre
a existência de documentos do
Exército com informações sobre a
Guerrilha do Araguaia. O Exército e o próprio ministro afirmam
que os documentos sobre o assunto haviam sido destruídos.
"Quando eu digo que os arquivos do Araguaia foram queimados e destruídos, eu estou me baseando em informações que me
foram fornecidas pelas próprias
Forças Armadas", disse Viegas.
O ministro afirmou, entretanto,
que tinha conhecimento da existência de cópias dos documentos
sobre o episódio.
"É de conhecimento geral que
existe um bom número de documentos copiados e que se encontram na posse de pessoas privadas. Esses documentos são uma
referência que existe a respeito do
episódio da guerrilha. A revista
ainda não saiu, eu ainda não a li.
Quando eu a ler, formarei um juízo mais abalizado."
De acordo com o ministro, o governo "se empenha" na localização e identificação dos corpos dos
mortos e desaparecidos.
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