São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2005

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Acusação é falsa, afirma Berzoini

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse ser falsa a notícia de que o partido recebeu dinheiro de Cuba para financiar a campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. "O PT conhece as leis do país e sabe que nenhum partido político pode receber dinheiro de outro país e que toda contabilidade deve ser transparente." Berzoini afirmou que o partido está tranqüilo em relação a essa denúncia e criticou duramente a revista "Veja", que publicou a reportagem.
"Não apresentaram nenhuma prova e até citaram uma pessoa que já morreu [Ralf Barquete, que foi secretário municipal da Fazenda de Ribeirão Preto]."
Questionado se não era contraditório falar que o PT conhece e respeita a legislação e ao mesmo tempo recorre ao expediente de caixa dois em sua campanha, Berzoini disse que "a instituição PT" nunca aprovou o uso de recursos irregulares em sua campanha. O erro teria sido cometido por algumas poucas pessoas da sigla. "O PT nunca aprovou em nenhuma instância o recebimento de dinheiro de caixa dois e também não reconhece nenhuma autoridade política das acusações da "Veja", que já se posicionou na disputa eleitoral como órgão oficial do PSDB e do PFL".
Para Berzoini, as denúncias contra o partido fazem parte de um massacre contra o governo federal promovido pela oposição objetivando a eleição presidencial de 2006. Ele disse que o PT não será um "cadáver político". "É preciso que todo mundo entenda que se é para acirrar, o PT também vai acirrar, se é para fazer entendimento, o PT também sabe fazer entendimento."
Com relação às críticas que tem recebido da oposição, que o apontam como o fomentador das divergências com o governo, Berzoini reagiu de forma irônica. Disse que a oposição gosta de bater, mas não de apanhar. "Quando eles batem, ficam satisfeitos e animados. Quando apanham um pouquinho, parece que colocamos o dedo na ferida." Ele se posiciona contra a eventual abertura de uma quarta CPI, dessa vez para investigar o uso de caixa dois em campanhas eleitorais. Para ele, trata-se de uma manobra política para tentar confundir a opinião pública. "Principalmente diante das provas de que Eduardo Azeredo, que deixou o PSDB por conta dessa denúncia."
Sobre as chantagens que o governo federal estaria recebendo do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e do publicitário Marcos Valério, apontados como operadores do suposto "mensalão", Berzoini disse que as acusações baseiam-se em ilações irresponsáveis. "O PT não aceita chantagem. Se aceitasse estaria inviabilizado na disputa política."


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