São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006

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Painel

Redondas

Na seqüência da pizza servida no Conselho de Ética do Senado, o congênere da Câmara já prepara a sua massa, mas deve optar por uma receita mista.
Nas próximas semanas, pelo menos três deputados incluídos no relatório parcial da CPI dos Sanguessugas devem ter os pedidos de cassação arquivados por alegada falta de provas: Laura Carneiro (PFL-RJ), Jonival Lucas (PTB-BA), Wellington Roberto (PL-PB). Os demais processos estão atrasados. Relatores de cinco deles dizem que pedirão a cassação dos investigados: Lino Rossi (PP-MT), Cabo Júlio (PMDB-MG), Nilton Capixaba (PTB-RO), João Caldas (PL-AL) e José Divino (sem partido-RJ). Mas ninguém acredita que haja tempo para votar os pareceres neste ano.

E agora? A CPI dos Sanguessugas vai pedir uma manifestação formal da Polícia Federal sobre a acusação de Gedimar Passos, que diz ter sido torturado. Os parlamentares esperam que a PF, atacada, acelere a investigação e trate de indiciar os "aloprados", que dizem nunca ter visto o R$ 1,7 mi do dossiê.

Arquivo vivo. Uma das incumbências reservadas de Wilson Santarosa, gerente de Comunicação Institucional da Petrobras, sempre foi a de abastecer a direção da empresa com dossiês sobre aliados e adversários do governo.

Cinta larga. Entre governistas e oposicionistas, surge um novo grupo no partido mais cortejado da transição: os gordinhos do PMDB. Eles podem nem ganhar todos os cargos que cobiçam, mas, depois de tantos almoços e jantares para negociar a partilha, já ampliaram a cintura.

Pista livre. As diversas correntes peemedebistas estão pacificadas quanto à escolha de Nelson Jobim como próximo presidente da sigla.

Ciranda. Entre os doadores da campanha de Lula aparece Carlos Jereissati Filho, sobrinho do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, e filho de Carlos Jereissati, acionista da Telemar, por sua vez sócia da empresa de Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente. A doação, de R$ 2 mil, deu-se num jantar de arrecadação de fundos. Geraldo Alckmin nada recebeu da família.

Segundo. O advogado Lauro Malheiros, ex-delegado de polícia, será o adjunto de Ronaldo Marzagão na Secretaria da Segurança de São Paulo.

Padrão. Indócil porque Serra ainda não indicou nenhum parlamentar local para o secretariado, a bancada do PSDB na Assembléia se conforta lembrando que, na prefeitura, ele acabou escolhendo um. Vê aí a chance de emplacar Sidney Beraldo.

Feliz Natal. Do líder da bancada tucana na Câmara, Jutahy Júnior (BA), sobre o projeto de lei que amplia para várias regiões da Amazônia Ocidental benefícios da Zona Franca de Manaus: "É um fantasma que todo fim de ano volta para nos assombrar. Poucas coisas seriam tão danosas à economia do país".

Estica-e-puxa. Enquanto empresários e até o vice José Alencar iniciam pressão por uma nova reforma da Previdência, centrais sindicais e movimentos sociais lançarão a "Campanha Nacional pela Ampliação de Direitos".

Frota. Em pleno apagão aéreo, o governo comemora a chegada de dois Legacy novos em folha, adquiridos da Embraer para substituir os "Sucatinhas" nas viagens dos ministros. Uma das aeronaves seria inaugurada ontem por Márcio Thomaz Bastos (Justiça), que foi ao México representar Lula na posse do presidente Felipe Calderón.

Joelho no milho. A direção nacional do PSB prepara intervenção em seus diretórios de Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Pará. Nesses Estados, o partido teve desempenho inferior ao estipulado pela cláusula de barreira.

Tiroteio

Nunca na história deste país um governante alegou desconhecimento de tantos fatos para justificar erros e escândalos.


Do deputado CHICO ALENCAR (PSOL-RJ) sobre Lula, que disse a integrantes do PDT que não sabia que Cristovam Buarque estava em viagem quando o demitiu, por telefone, do Ministério da Educação.

Contraponto

Ele disse

Lula discorria sobre economia em discurso na cerimônia de posse da direção da Confederação Nacional da Indústria, anteontem, quando se dirigiu à governadora eleita do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB):
-Seu Estado, que foi um exemplo de desenvolvimento nas décadas de 60, 70 e 80, hoje enfrenta muitas dificuldades-, lamentou o presidente.
Sentado ao lado de Yeda no auditório, o deputado tucano Leonardo Vilela (GO) não perdeu a deixa:
-Lula acaba de reconhecer que onde os petistas entram, a administração desanda.
Olívio Dutra (PT) governou o Estado de 1999 a 2002.


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