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PFL lança a candidatura de José
Agripino à presidência do Senado
Ele disputará cargo com Renan Calheiros, que tenta acordo para não haver competição
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PFL lançou ontem a candidatura do senador José Agripino (RN) à presidência do Senado. Ele disputará o cargo com o
atual presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os pefelistas condicionaram
a viabilidade da candidatura de
Agripino ao apoio do PSDB.
Pressionados, os tucanos darão
apoio formal, mas ficaram contrariados porque não têm segurança das chances de vitória.
"Se o PSDB entender que sua
prioridade é a eleição de um
companheiro de oposição para
a presidência da Casa, a candidatura está consolidada", afirmou Agripino, que é líder do
PFL no Senado, após reunião
da bancada de seu partido.
Os tucanos preferiam que
não houvesse disputa para o
cargo. Assim, apoiariam Renan
e manteriam os atuais cargos
ocupados na Mesa Diretora -a
segunda vice-presidência, a
quarta secretaria e a suplência
da terceira secretaria.
A eleição é feita em votação
secreta, o que permite traições.
Um dos principais argumentos
para angariar apoios são os cargos da Mesa Diretora. Renan já
avisou que se houver disputa
não haverá acordo para a ocupação desses cargos. Integrantes do próprio PFL não queriam a candidatura de Agripino. O partido tem hoje a primeira e a terceira secretarias.
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC),
reuniu-se ontem com o presidente do PSDB, senador Tasso
Jereissati (CE). Se os tucanos
não apoiarem Agripino, o bloco
de oposição é rompido.
A praxe da Casa é que o partido que tem mais senadores indique o presidente. O PFL saiu
das eleições de outubro com a
maior bancada, mas já foi superado pelo PMDB devido ao troca-troca partidário. Os pefelistas defendem, no entanto, que
o tamanho da bancada seja
considerado na data da diplomação dos senadores. Assim,
valeria a bancada eleita em
2002 (dois terços da Casa), e a
filiação partidária dos eleitos
neste ano (um terço) na data da
diplomação, que vai até 19 de
dezembro. O PFL teria, assim,
20 integrantes e o PMDB, 15.
O presidente do Senado não
concorda com esse procedimento. Para ele, como a resolução que estabelece o critério da
diplomação foi aprovada neste
ano, ela não poderia retroagir
para 2002. Ele disse que ainda
tentará um acordo com o PFL
para que não haja disputa.
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