São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006

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PFL lança a candidatura de José Agripino à presidência do Senado

Ele disputará cargo com Renan Calheiros, que tenta acordo para não haver competição

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PFL lançou ontem a candidatura do senador José Agripino (RN) à presidência do Senado. Ele disputará o cargo com o atual presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os pefelistas condicionaram a viabilidade da candidatura de Agripino ao apoio do PSDB. Pressionados, os tucanos darão apoio formal, mas ficaram contrariados porque não têm segurança das chances de vitória.
"Se o PSDB entender que sua prioridade é a eleição de um companheiro de oposição para a presidência da Casa, a candidatura está consolidada", afirmou Agripino, que é líder do PFL no Senado, após reunião da bancada de seu partido.
Os tucanos preferiam que não houvesse disputa para o cargo. Assim, apoiariam Renan e manteriam os atuais cargos ocupados na Mesa Diretora -a segunda vice-presidência, a quarta secretaria e a suplência da terceira secretaria.
A eleição é feita em votação secreta, o que permite traições. Um dos principais argumentos para angariar apoios são os cargos da Mesa Diretora. Renan já avisou que se houver disputa não haverá acordo para a ocupação desses cargos. Integrantes do próprio PFL não queriam a candidatura de Agripino. O partido tem hoje a primeira e a terceira secretarias.
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), reuniu-se ontem com o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Se os tucanos não apoiarem Agripino, o bloco de oposição é rompido.
A praxe da Casa é que o partido que tem mais senadores indique o presidente. O PFL saiu das eleições de outubro com a maior bancada, mas já foi superado pelo PMDB devido ao troca-troca partidário. Os pefelistas defendem, no entanto, que o tamanho da bancada seja considerado na data da diplomação dos senadores. Assim, valeria a bancada eleita em 2002 (dois terços da Casa), e a filiação partidária dos eleitos neste ano (um terço) na data da diplomação, que vai até 19 de dezembro. O PFL teria, assim, 20 integrantes e o PMDB, 15.
O presidente do Senado não concorda com esse procedimento. Para ele, como a resolução que estabelece o critério da diplomação foi aprovada neste ano, ela não poderia retroagir para 2002. Ele disse que ainda tentará um acordo com o PFL para que não haja disputa.


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