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Construtoras bancaram campanha de Luizianne
Parte das doações foi feita após vitória no 1º turno
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Construtoras que têm contratos com a Prefeitura de Fortaleza foram as maiores doadoras da campanha à reeleição da
petista Luizianne Lins. Vitoriosa já no primeiro turno, a candidata recebeu boa parte dos
R$ 4,7 milhões declarados à
Justiça Eleitoral vários dias depois do término da campanha.
Encabeça a lista de doadores
a Construtora Beta, com R$
900 mil doados de uma só vez
em 23 de outubro, 18 dias após
confirmada a vitória da petista.
Em seguida vêm: EIT, com
R$ 419 mil; Trana, com R$ 400
mil; Engexata, com R$ 350 mil;
G & F, com R$ 300 mil; e PB
Construções, com R$ 200 mil.
Estas quatro últimas também
só doaram dias depois de 30 de
outubro, quando terminou a
campanha eleitoral.
Luizianne foi a candidata que
mais arrecadou, quase cinco
vezes mais do que gastou em
sua vitória em 2004, quando
declarou ter gasto nos dois turnos R$ 1 milhão -na ocasião, a
quase totalidade das doações
foi feita por pessoas físicas.
Com a segunda maior arrecadação aparece a senadora Patrícia Saboya (PDT), com R$
4,2 milhões (quase a metade
doada por uma só empresa, a
Bracol Indústria de Couros,
que deu R$ 2 milhões), mas que
acabou em terceiro lugar, e em
seguida aparece Moroni Torgan (DEM), com R$ 969 mil.
Das doações feitas a Moroni,
quase um terço, R$ 300 mil, foi
do empresário Beto Studart,
que, apesar de tucano, não
apoiou a candidatura defendida pelo partido, a de Patrícia.
Entre os maiores doadores
de Luizianne, a única empresa
que não é construtora é a Grendene, com R$ 290 mil. Outras
empreiteiras também aparecem com valores menores, como a Fujita (R$ 100 mil) e a Fujicon (mais R$ 100 mil). As duas
empresas são do mesmo grupo
familiar, que inclusive cedeu
uma casa numa área nobre da
cidade para Luizianne montar
um de seus principais comitês
de campanha.
Consórcios
Todas as empreiteiras que
doaram à campanha de Luizianne possuem, sozinhas ou
em consórcios, grandes contratos com a gestão municipal, como o consórcio Beta/ Engexata, que venceu, no começo do
ano, licitação de R$ 26,9 milhões para obras de habitação.
A Engexata, em outro consórcio, também aparece com
mais um projeto habitacional,
no Conjunto Maravilha, de
R$ 26,4 milhões, licitado em
abril do ano passado.
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