São Paulo, Quinta-feira, 30 de Dezembro de 1999


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PAINEL

Zero à esquerda

Covas desistiu de contar com a ajuda de Pitta para construir o Rodoanel. O governador avalia que o prefeito de SP não tem interesse nem competência para aprovar na Câmara Municipal a sua fatia (25%) para as obras do anel viário em torno da capital.

A passo de tartaruga

O governo paulista, responsável originalmente por 50% dos recursos para as obras do Rodoanel, está refazendo o plano. A União entra com 25%. O restante, cabia a Pitta. Uma alternativa é tentar tocar o projeto sem o município até que o novo prefeito assuma, em 2001.

Golpe na praça

Um cidadão que se apresenta como Sérgio Vasconcelos tem procurado empresários paulistas em nome de ministros. Oferece até uma conta do Banco do Brasil, para que sejam feitos depósitos em benefício do Programa Comunidade Solidária.

Tiro livre

A Polícia Militar de SP matou 103 pessoas nos meses de outubro e novembro. A Polícia Civil, 14. Em 25% dos casos, o policial apontado como responsável estava em folga. Os dados são das corregedorias das polícias.


Ato falho

Mensagem de Ano Novo do prefeito Celso Pitta (PTN), no "Diário Oficial" do município: "Que Ele nos ilumine para superar (...) as dificuldades dessa cidade, buscando soluções em vez de procurar responsáveis". A máfia da propina agradece.

Panos quentes

Presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) marcou uma reunião entre a OAB e a CPI do Narcotráfico, na volta dos trabalhos normais da Casa, em fevereiro. Os advogados acusam os parlamentares de violar direitos elementares ao interrogar testemunhas.

Folga na dieta

Lila Covas e os médicos do governador paulista vão adorar saber. Covas ""fugiu" ontem na hora do almoço e comeu um filé a cavalo com fritas, em um restaurante no centro de SP.

Marca de fantasia

Maluf ainda prefere não ser candidato a prefeito, mas, se topar a empreitada, quer ter uma mulher como vice. A apresentadora de TV Hebe Camargo teria o perfil, na visão malufista, para tentar ""limpar" a imagem do pepebista, abalada pelo vexame da gestão Celso Pitta em SP.

Futuro casado

Pré-candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, o vice-governador Geraldo Alckmin é quem mais tem a perder com o aumento da impopularidade de Mário Covas. Pesquisa Datafolha mostra que Alckmin quase não tem votos entre os eleitores que consideram o governador paulista ruim ou péssimo.

No vácuo de Covas

Em diferentes graus, quase todos os pré-candidatos a prefeito têm mais votos entre os paulistanos satisfeitos com o governo Covas ou que ao menos o consideram regular. A mais notável exceção é Paulo Maluf (PPB), o que proporcionalmente mais depende dos anti-covistas.

Vai mal

Repórteres que entrevistaram o ministro Ornéllas ontem dizem que que ele está com audição seletiva. Só quis falar que a Previdência não sofrerá nada com o ""bug do ano 2000" e se negou a comentar como anda a articulação para votar a emenda de cobrança previdenciária dos servidores inativos.

Depende da região

O ministro Greca (Turismo e Esportes) defende a aprovação de uma lei criando férias escolares ""repartidas". Por razões climáticas, turísticas e econômicas, as tradicionais férias em julho, dezembro e janeiro poderiam ocorrer em outros meses.

Aposta alta

Para as eleições municipais, o PPS adotou uma estratégia inspirada em Newton: não filiou candidatos antes do pleito por achar que, depois de eleitos, muitos prefeitos virão "por gravidade" para o partido -atraídos pelo segundo lugar de Ciro Gomes na corrida presidencial.

TIROTEIO

De João Paulo (PT), sobre FHC conclamar a população a uma "caminhada pela solidariedade" e dizer que um governo sozinho "não é capaz de vencer desafios enormes":
- FHC está reeditando o "não me deixem só" do Collor.

CONTRAPONTO

Gratidão eterna
Gilberto Mestrinho (PMDB) foi três vez governador do Amazonas. O seu primeiro mandato ocorreu no fim da década de 50. O último, no início dos anos 90.
Em 98, durante a campanha ao Senado, Mestrinho foi abordado por uma professora:
- Governador, entrei para o Estado pelas suas mãos. Depois, o senhor assinou a minha aposentadoria.
Mestrinho sorriu, e a professora continuou:
- Quando meu marido precisou operar em São Paulo, o senhor pagou a passagem. E o meu filho estudou com a bolsa que o senhor deu. Agora, governador, estou precisando de mais um favor. Estou sem dinheiro...
- Não tenho - respondeu Mestrinho, impaciente.
- Mas dê um jeito, governador. Eu sei que lhe devo muito...
Mestrinho manteve-se firme:
- Ora, você sabe que ajudo sempre que posso. Você mesmo disse que me deve muito...
- É verdade. Eu lhe devo muito e quero lhe dever muito mais.

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