São Paulo, sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

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PAINEL

Toma lá...
O anúncio de que o PT fará um relatório paralelo na CPI dos Correios reabriu as negociações para definir quem aparecerá no texto final de Osmar Serraglio (PMDB-PR). O limite dos governistas é um só: Lula.

...dá cá
O relator já manifestou disposição de deixar a campanha do presidente em 2002 fora do texto. Mas os tucanos só aceitam a concessão se o senador Eduardo Azeredo (MG) também desaparecer do documento final.

Vim para confundir
Enquanto o governo não define um nome para assinar o texto paralelo, caberá a Maurício Rands (PT-PE), agora relator-adjunto, a tarefa de complicar a vida de Osmar Serraglio.

Tecnologia nacional 1
Para deputados no corredor da cassação, os novos nomes de sacadores do valerioduto que a CPI promete anunciar em janeiro surgiram muito mais de "depoimentos informais e reservados" que do celebrado programa de computador importado da inteligência britânica.

Tecnologia nacional 2
"Não é preciso ser James Bond para descobrir quem pegou dinheiro das contas do Marcos Valério", diz um deputado à espera de julgamento. O programa I2 cruzou dados de envolvidos nas apurações da CPI.

Guichê exclusivo
Um deputado do PMDB que tentava liberar emenda na pasta do Turismo foi aconselhado a não perder seu tempo. Ali só estão dando de comer ao PTB do ministro Walfrido Mares Guia.

Falando sozinho
O mesmo deputado comenta a total indiferença dos ministros às determinações da coordenação política do governo sobre quais emendas deveriam ser liberadas: "O apito do Jaques Wagner está mudo. Ele sopra, sopra, e ninguém ouve".

Nada menos
Em reunião ontem com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o comando da Polícia Federal bateu o pé por reajuste de no mínimo 40% em seus salários. O recente aumento concedido aos magistrados só fez fermentar a insatisfação da PF.

Para o ano
O governo foi receptivo ao percentual de reajuste reivindicado, mas propôs parcelá-lo em três ou quatro anos. A PF não aceitou nem discutir a idéia. Uma nova reunião deverá acontecer logo no início de 2006.

Instinto selvagem
Do deputado Delfim Netto (PMDB-SP), sobre as perspectivas para 2006: "Não há por que o país não crescer de 4,5% a 5%. Basta que o presidente reacenda o espírito animal dos empresários. O resto é conversa".

Voto de elite
Satisfeito com a liderança na pesquisa Datafolha sobre a sucessão paulista, o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) se declara particularmente surpreendido pelo desempenho acima de sua própria média entre os eleitores de maior renda.

Programa de verão
Antes mesmo da virada para 2006, o PFL paranaense abriu fogo contra Roberto Requião (PMDB), candidato à reeleição. Outdoors espalhados pelo litoral do Estado lembram promessa de campanha, não-cumprida, de acabar com os pedágios.

Projeto Tatto
Pela primeira vez, a família petista Tatto terá "chapa pura". Jilmar, ex-secretário de Marta Suplicy, dobrará para federal com o irmão Ênio, que buscará reeleição na Assembléia paulista.

Debutante
Presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva tentará vaga na Câmara em 2006.

TIROTEIO

Do vereador Paulo Teixeira, integrante da bancada do PT na Câmara paulistana, a respeito dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, que em evento conjunto criticaram o desempenho do governo federal:
-Os dois discordam até quanto à responsabilidade sobre as enchentes. Atacar Lula é a única coisa que os une.

CONTRAPONTO

Voto de desconfiança

Nas eleições municipais do ano passado, um candidato a vereador de Ruilândia, pequeno município na região de São José do Rio Preto (SP), teve um desempenho pífio: ao final da apuração, somou dois votos.
Assim que tomaram conhecimento do resultado, assessores do deputado estadual Vaz de Lima (PSDB) correram para consolar o correligionário. Ao encontrá-lo, porém, descobriram que a desgraça era maior.
-No final das contas, acabei perdendo até minha mulher-, desabafou o homem.
-A decepção dela logo passa, afinal, ela votou em você-, argumentou um dos assessores.
-Muito pelo contrário-, rebateu ele, e prosseguiu:
-Quando ela soube dos meus dois votos, veio logo dizendo: "se eu não votei em você, assim como ninguém da sua família, você só pode ter outra; bem que eu estava desconfiada!".


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