CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palácio do Planalto lançou, esta semana, uma campanha para promoção das ações federais em São Paulo e no Rio de Janeiro, redutos dos principais adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Batizada de "Investimentos da União nos Estados", a campanha terá duração de 15 dias, em rádio, TV e jornais.
Além de São Paulo e Rio, haverá divulgação regionalizada das obras do governo federal em outras quatro Unidades Federativas. Coincidentemente, todas administrados por governadores não alinhados ao Palácio: Minas Gerais -governada pelo PSDB-, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal -os três têm governadores do PMDB.
Originalmente, a campanha seria estendida a mais cinco estados, também governados por adversários do governo: Pernambuco (PMDB), , Bahia (PFL), Goiás, Ceará e Pará (todos do PSDB). Mas ficou restrita a seis.
Desenvolvida pela agência Lew, Lara, a campanha tem custo de R$ 20 milhões, incluído o pagamento de espaço para a divulgação. Na TV, são comerciais de 60 segundos, com a apresentação de obras sociais e de infra-estrutura nos Estados.
Nos jornais, a lista de ações é encabeçada por um texto comum, variando apenas segundo o nome do Estado. Por exemplo: "O Governo Federal trabalha pelo desenvolvimento. E São Paulo cresce com o Brasil".
Para o Estado de São Paulo - domicílio eleitoral do governador Geraldo Alckmin e do prefeito José Serra, ambos tucanos - o Governo selecionou três ações. Além da destinação de R$ 522,3 milhões para pagamento de 863 mil benefícios do Bolsa-família, são divulgados o projeto de ampliação e modernização dos aeroportos e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
"O Bolsa-Família, principal instrumento do Fome Zero, é o maior programa de transferência de renda da história do País e está ajudando milhões de paulistas", diz o texto.
No Rio, Estado do peemedebista Anthony Garotinho, pré-candidato à Presidência, a campanha promove ações de investimentos na indústria naval - R$ 1,3 bilhão em financiamento entre 2003 e 2005 -, o R$ 1,4 bilhão destinado à construção da Plataforma P-50 e o Bolsa-Família.

Apelo de Lula
Idealizada em setembro, a campanha cumpre a determinação do próprio presidente: para melhor divulgação de seu trabalho nos Estados. Lula fez publicamente o apelo no discurso em comemoração da marca de 8,7 milhões de benefícios do Bolsa-Família.
"É importante então, que cada um de nós trate de informar o que aconteceu neste Estado de São Paulo, o maior Estado da Federação, que tinha tudo para não ter pobreza. Só o governo federal gasta mais de 2 bilhões de reais com política social e duvido que, desde que o Brasil foi descoberto, que tenha um presidente da República que tenha colocado tanto no social, no Estado de São Paulo, como nós colocamos nestes 36 meses. Vejam qual é a política social nos estados, elas não existem."
Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, a campanha chegará aos outros Estados em janeiro, também com duração de 15 dias.


Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Estatais: CGU vê prejuízos em contratos dos Correios
Próximo Texto: Conexão tucana: Tesoureiro diz à PF que Valério cobrou Azeredo
Índice