São Paulo, domingo, 30 de dezembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Bote salva-vidas

Em janeiro, mês em que o PAC completa um ano, uma romaria de governadores começará a bater à porta do gabinete da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) a fim de pedir a inclusão de projetos no programa.
"O que está dentro está garantido, o que está fora é uma luta", diz André Puccinelli (PMDB-MS), um dos que temem os efeitos da tesoura pós-queda da CPMF. Ele vai tentar encaixar uma ponte de R$ 70 milhões que ligará seu Estado a São Paulo e uma ferrovia de R$ 800 milhões que vai até o Paraná. As duas obras estão ameaçadas pelos cortes no Orçamento de 2008. Blairo Maggi (PR-MT) afirma ter recebido dos ministros de Lula recado semelhante. "O que o governo garante que sai é só o que está dentro do PAC".

Brecha. A pedido do relator do Orçamento, José Pimentel (PT-CE), a Casa Civil analisa a viabilidade jurídica de transferir para 2009 reajustes de carreiras que estavam previstos para 2008. A dificuldade é que alguns dos aumentos foram assegurados por leis já aprovadas pelo Congresso.

Made in Brazil. Apesar da ameaça dos cortes orçamentários, Marta Suplicy abriu a carteira para ações de publicidade no Ministério do Turismo. Gastará R$ 14 mi para promover o Brasil no exterior como "destino turístico moderno, com credibilidade, alegre, jovem, hospitaleiro".

Cibernética. A ministra, empatada com Geraldo Alckmin na liderança da sucessão paulistana, também está reformulando a página de sua pasta na internet. Serão pagos R$ 4 mi a quem vencer licitação para remodelar o site nos próximos dois anos.

Amaciou. Em disputa acirrada com o ministro Carlos Lupi (Trabalho), a Comissão de Ética da Presidência pegou leve com Gilberto Carvalho. Decidiu arquivar o caso em que o chefe-de-gabinete de Lula era acusado de infração por aceitar convite da TV Globo para ver o Cirque du Soleil.

Eterno. Se depender do PDT, Lupi continuará por muito tempo ainda na presidência do partido. Ele deve ser reeleito sem opositores para o posto, no congresso que a legenda pretende realizar em abril, em Brasília.

Em serviço. Na tentativa de resgatar a imagem do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) marcou para 7 de janeiro reunião com assessores a fim de discutir medidas "moralizadoras". Uma delas já foi definida: o sistema de prestação de contas da verba dos escritórios nos Estados será todo informatizado.

Forçou a mão. Em texto no seu site sobre a retrospectiva de 2007, a TV Brasil festeja o fato de o país ter entrado para o "clube dos desenvolvidos", em referência à obtenção de alto índice no ranking das Nações Unidas. Mas, como explica a própria organização, o índice é só média aritmética, e o país ainda está longe do Primeiro Mundo.

Privê. PSDB e PPS organizam um seminário conjunto para março, focado em segurança e meio ambiente. O DEM, apesar do esforço em exibir uma nova face verde, foi excluído do "colóquio" dos colegas oposicionistas. "Será um evento socialista e social-democrata, não liberal", afirma Roberto Freire (PPS).

Pequenos. Os integrantes do "bloquinho" acertaram realizar uma pesquisa conjunta em São Paulo em maio para avaliar quem tem melhores chances para prefeito: Paulinho (PDT), Aldo Rebelo (PC do B) ou Luiza Erundina (PSB). Resta saber se os preteridos aceitarão o resultado.

Façanha. O apelo de Lula por unidade da base na eleição municipal fez seu primeiro milagre. Em Campo Grande (MS), o PT deve indicar o candidato a vice na chapa do prefeito peemedebista Nelson Trad Filho, que tentará a reeleição. Os partidos são inimigos há décadas no Estado.

Tiroteio

Como manifesto político é muito bom. Como decisão judicial, um erro que esconde essa antiga visão imperialista dos países desenvolvidos em relação à América Latina.


Do deputado federal e ex-juíz FLÁVIO DINO (PC do B-MA) sobre a decisão da Justiça italiana de pedir a extradição de 11 brasileiros acusados de envolvimento com a Operação Condor, plano conjunto de ditaduras militares sul-americanas para capturar opositores nos anos 70 e 80.

Contraponto

Cadeira cobiçada

Durante longa reunião de trabalho no Palácio do Planalto dias atrás, Lula passava em revista uma série de assuntos com alguns de seus principais auxiliares quando, num desabafo bem-humorado, dirigiu-se ao número dois do Ministério da Fazenda, Nelson Machado:
-Nelson, quando você for presidente da República...
Mais que depressa, Machado atalhou:
-Mas eu quero ser presidente do Corinthians!
Lula tratou de desiludir o auxiliar:
-Bom, aí eu tenho de dizer a você que não vai ser fácil, porque nessa vaga eu já estou de olho.


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