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Painel
VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br
Colou?
A crítica de Aldo Rebelo (PC do B-SP) à suposta
"concentração de poderes" nas mãos do PT e o pleito
por mais espaço no governo feito pela Executiva do
partido levaram apoiadores de Arlindo Chinaglia
(PT-SP) a avaliar, ontem, que cresceu a chance de segundo turno na disputa pela presidência da Câmara.
Aliados criticaram o "apetite" petista. "Não tem como o PT concentrar tanto poder: presidência da República, presidência da Câmara e tantos ministérios.
Se o Arlindo vencer, os aliados terão de ter mais espaço", diz Luciano Castro (RR), líder do PR. No PP e no
PMDB, o clima também é de desconforto pelo desejo
manifestado pelo PT de retomar as pastas das Cidades e da Saúde, sob comando desses partidos.
Veja bem. Parlamentares
que integram a Executiva Nacional do PT passaram o dia
de ontem disparando ligações
para aliados a fim de "esclarecer" que o pleito de 15 ministérios "não corresponde à posição oficial" da sigla.
Porteira aberta. Petistas,
porém, não abrem mão de ter
cargos estratégicos nas pastas
de aliados. "Se o governo é de
coalizão, por que os ministérios têm de ser monolíticos?",
questiona Valter Pomar.
Só isso? Na reunião da Executiva, o PT definiu que quer o
controle sobre três áreas no
governo: política social, economia e comunicação.
Guerra fria. Pegos de surpresa pelo apoio do PDT a Aldo e pela possível união de
PSB, PC do B e PDT para se
fortalecer na Câmara, PT,
PMDB e PR ameaçavam ontem compor um bloco com
mais de 200 deputados para
"varrer" esses partidos dos
cargos na Casa.
Day after. Apesar do clima
acirrado, bombeiros de Aldo e
Chinaglia já negociam a reaproximação. Maurício Rands
(PT-PE) procurou o presidente do PC do B, Renato Rabelo, e Cândido Vaccarezza
(PT-SP) conversou com Beto
Albuquerque (PSB-RS).
Carinhoso. Cabo eleitoral
de Chinaglia, Paulo Maluf
(PP-SP) cochichou em seu
ouvido, durante o almoço oferecido pela Câmara aos novos
parlamentares: "Tá tudo bem,
tudo sossegado. Você vai ganhar esta eleição".
Arco-íris. Uma caravana
com 50 ônibus com representantes do movimento gay chega amanhã a Brasília para
prestigiar a posse de Clodovil
(PTC-SP). Por limitação de
espaço, ficarão no gramado
em frente ao Congresso.
Saravá. O PT baiano mandou fazer cerca de 100 mil fitinhas do senhor do Bonfim comemorativas do aniversário
do partido. Elas serão distribuídas na festa de Salvador.
Colinha. Auxiliares de Teo
Vilela chegam hoje a São Paulo atrás de dados do ajuste fiscal local. As "aulas" ao governo alagoano começaram na
semana passada, com a visita
dos secretários da Fazenda
paulista e mineiro ao Estado.
Outro lado. O ministro
Orlando Silva Jr. (Esporte)
nega que tenha dito a interlocutores que obteve de Lula a
garantia de que ficará no posto. "Reitero que a tarefa de
nomear os ministros é de única e exclusiva competência do
presidente da República", diz.
Condecoração. Roberto
Mangabeira Unger, professor
titular de direito na Universidade Harvard (EUA), receberá amanhã um título da Universidade de Louvain, na Bélgica, por ocasião do aniversário da instituição, fundada em
1425. Também será homenageado o escritor turco Orhan
Pamuk, vencedor do Prêmio
Nobel de Literatura em 2006.
Visita à Folha. William
Dib, prefeito de São Bernardo
do Campo (SP), visitou ontem
a Folha. Estava acompanhado de Osmar Mendonça, chefe de gabinete, de Raimundo
Salles, secretário de Comunicação, e de Carlos Brickmann,
da Brickmann Associados.
Tiroteio
"Já que Mercadante está tão disposto a abrir
uma CPI em São Paulo, poderia ajudar a criar
a CPI dos Aloprados, em Brasília, para que o
Brasil saiba como se deu a compra do dossiê".
Do deputado ROBERTO FREIRE (PPS-PE) sobre o fato de o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ter aconselhado colegas de partido a recorrer
ao Supremo para abrir a CPI do Metrô na Assembléia paulista.
Contraponto
Uniforme
Após visitar na semana passada a cratera do Metrô
aberta com o desabamento na estação de Pinheiros, nas
obras da linha 4, o deputado estadual Orlando Morando
(PSDB) voltava para sua cidade, São Bernardo do Campo,
quando decidiu parar num posto da rodovia dos Imigrantes. Ao lado de seu carro, parou um ônibus de excursão.
Camisa branca com as mangas arregaçadas e gravata
azul, Morando se aproximou do balcão e estendeu a comanda dada a ele na entrada da lanchonete do posto.
-Um café e uma água, por favor-, disse o tucano.
-Senhor, fique tranqüilo, os motoristas de ônibus não
precisam de comanda. O café e a água são de graça.
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