São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

Colou?

A crítica de Aldo Rebelo (PC do B-SP) à suposta "concentração de poderes" nas mãos do PT e o pleito por mais espaço no governo feito pela Executiva do partido levaram apoiadores de Arlindo Chinaglia (PT-SP) a avaliar, ontem, que cresceu a chance de segundo turno na disputa pela presidência da Câmara.
Aliados criticaram o "apetite" petista. "Não tem como o PT concentrar tanto poder: presidência da República, presidência da Câmara e tantos ministérios. Se o Arlindo vencer, os aliados terão de ter mais espaço", diz Luciano Castro (RR), líder do PR. No PP e no PMDB, o clima também é de desconforto pelo desejo manifestado pelo PT de retomar as pastas das Cidades e da Saúde, sob comando desses partidos.

Veja bem. Parlamentares que integram a Executiva Nacional do PT passaram o dia de ontem disparando ligações para aliados a fim de "esclarecer" que o pleito de 15 ministérios "não corresponde à posição oficial" da sigla.

Porteira aberta. Petistas, porém, não abrem mão de ter cargos estratégicos nas pastas de aliados. "Se o governo é de coalizão, por que os ministérios têm de ser monolíticos?", questiona Valter Pomar.

Só isso? Na reunião da Executiva, o PT definiu que quer o controle sobre três áreas no governo: política social, economia e comunicação.

Guerra fria. Pegos de surpresa pelo apoio do PDT a Aldo e pela possível união de PSB, PC do B e PDT para se fortalecer na Câmara, PT, PMDB e PR ameaçavam ontem compor um bloco com mais de 200 deputados para "varrer" esses partidos dos cargos na Casa.

Day after. Apesar do clima acirrado, bombeiros de Aldo e Chinaglia já negociam a reaproximação. Maurício Rands (PT-PE) procurou o presidente do PC do B, Renato Rabelo, e Cândido Vaccarezza (PT-SP) conversou com Beto Albuquerque (PSB-RS).

Carinhoso. Cabo eleitoral de Chinaglia, Paulo Maluf (PP-SP) cochichou em seu ouvido, durante o almoço oferecido pela Câmara aos novos parlamentares: "Tá tudo bem, tudo sossegado. Você vai ganhar esta eleição".

Arco-íris. Uma caravana com 50 ônibus com representantes do movimento gay chega amanhã a Brasília para prestigiar a posse de Clodovil (PTC-SP). Por limitação de espaço, ficarão no gramado em frente ao Congresso.

Saravá. O PT baiano mandou fazer cerca de 100 mil fitinhas do senhor do Bonfim comemorativas do aniversário do partido. Elas serão distribuídas na festa de Salvador.

Colinha. Auxiliares de Teo Vilela chegam hoje a São Paulo atrás de dados do ajuste fiscal local. As "aulas" ao governo alagoano começaram na semana passada, com a visita dos secretários da Fazenda paulista e mineiro ao Estado.

Outro lado. O ministro Orlando Silva Jr. (Esporte) nega que tenha dito a interlocutores que obteve de Lula a garantia de que ficará no posto. "Reitero que a tarefa de nomear os ministros é de única e exclusiva competência do presidente da República", diz.

Condecoração. Roberto Mangabeira Unger, professor titular de direito na Universidade Harvard (EUA), receberá amanhã um título da Universidade de Louvain, na Bélgica, por ocasião do aniversário da instituição, fundada em 1425. Também será homenageado o escritor turco Orhan Pamuk, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2006.

Visita à Folha. William Dib, prefeito de São Bernardo do Campo (SP), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Osmar Mendonça, chefe de gabinete, de Raimundo Salles, secretário de Comunicação, e de Carlos Brickmann, da Brickmann Associados.

Tiroteio

"Já que Mercadante está tão disposto a abrir uma CPI em São Paulo, poderia ajudar a criar a CPI dos Aloprados, em Brasília, para que o Brasil saiba como se deu a compra do dossiê".
Do deputado ROBERTO FREIRE (PPS-PE) sobre o fato de o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ter aconselhado colegas de partido a recorrer ao Supremo para abrir a CPI do Metrô na Assembléia paulista.

Contraponto

Uniforme

Após visitar na semana passada a cratera do Metrô aberta com o desabamento na estação de Pinheiros, nas obras da linha 4, o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) voltava para sua cidade, São Bernardo do Campo, quando decidiu parar num posto da rodovia dos Imigrantes. Ao lado de seu carro, parou um ônibus de excursão.
Camisa branca com as mangas arregaçadas e gravata azul, Morando se aproximou do balcão e estendeu a comanda dada a ele na entrada da lanchonete do posto.
-Um café e uma água, por favor-, disse o tucano.
-Senhor, fique tranqüilo, os motoristas de ônibus não precisam de comanda. O café e a água são de graça.


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