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PDT forma maior bloco, e PMDB reage
Partido se une a PSB, PC do B e outras cinco siglas para ter maior bancada na Câmara e prioridade na escolha de cargos
Legenda vai apoiar Aldo; peemedebista afirma que partido pode montar "não
só um bloco, mas uma verdadeira placa tectônica"
SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O anúncio da formação de
uma frente que poderá reunir
até oito partidos em favor da
candidatura do atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC
do B-SP), deflagrou uma "guerra de blocos" nos bastidores.
Além disso, ameaçou dissolver
acordos até então fechados para a partilha de cargos na Mesa
Diretora e nas comissões.
A formação do bloco foi capitaneada pelo PDT, a última das
siglas de médio e grande porte a
se posicionar na eleição para a
presidência da Casa. Com 23
federais eleitos, o PDT declarou apoio a Aldo por "afinidade
histórica" com PC do B e PSB.
Se ratificada, a frente reunirá
PDT, PC do B, PSB, PMN, PAN,
PHS, PV e PSC. Juntos, somariam 92 deputados, superando
o PMDB, que elegeu a maior
bancada da Casa (89).
A reação ao bloco pró-Aldo
foi imediata. O PMDB reuniu
sua bancada e anunciou uma
"contra-ofensiva": se for superado em tamanho por algum
bloco, fará o mesmo se unindo a
qualquer sigla governista.
"Não dá para a minoria se
transformar em maioria, se necessário vamos formar não só
um bloco, mas uma placa tectônica", disse o peemedebista
Geddel Vieira Lima (BA).
No encontro, Geddel recolheu as assinaturas necessárias
para compor o bloco.
Os partidos devem oficializar
suas alianças e declararem
quais cargos da Mesa pretendem disputar até as 15h de hoje.
A distribuição dos 11 cargos
na Mesa obedece ao critério da
proporcionalidade, segundo o
qual as maiores bancadas eleitas têm prioridade na escolha.
Se as siglas se unirem em blocos, o que passa a valer é o número dos deputados que integram essa frente. A divisão das
20 comissões da Casa segue o
mesmo critério.
Outros dois partidos que se
movimentam para entrarem
juntos na disputa são PSDB,
que elegeu 66 deputados, e
PPS, com 22. Juntos, teriam
uma bancada de 88, superando
o PT, que elegeu 83 federais.
O "loteamento" de cargos na
Mesa foi um principais trunfos
do candidato petista à presidência da Casa, Arlindo Chinaglia (SP), para obter o apoio da
maioria dos partidos aliados.
Os dois cargos mais cobiçados na Mesa depois da presidência são a primeira-secretaria e a primeira-vice-presidência. No caso das comissões, as
preferidas são a CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça) e a
Comissão de Finanças, as duas
únicas com poder para barrar a
tramitação de projetos.
O PMDB não abre mão de dirigir a CCJ e já tem, inclusive,
um nome para o posto, Mendes
Ribeiro Filho (RS). Já o PT deve reivindicar controlar a Comissão de Finanças por causa
da tramitação de matérias relacionadas ao PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento).
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