São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

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PDT forma maior bloco, e PMDB reage

Partido se une a PSB, PC do B e outras cinco siglas para ter maior bancada na Câmara e prioridade na escolha de cargos

Legenda vai apoiar Aldo; peemedebista afirma que partido pode montar "não só um bloco, mas uma verdadeira placa tectônica"


SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O anúncio da formação de uma frente que poderá reunir até oito partidos em favor da candidatura do atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), deflagrou uma "guerra de blocos" nos bastidores. Além disso, ameaçou dissolver acordos até então fechados para a partilha de cargos na Mesa Diretora e nas comissões.
A formação do bloco foi capitaneada pelo PDT, a última das siglas de médio e grande porte a se posicionar na eleição para a presidência da Casa. Com 23 federais eleitos, o PDT declarou apoio a Aldo por "afinidade histórica" com PC do B e PSB.
Se ratificada, a frente reunirá PDT, PC do B, PSB, PMN, PAN, PHS, PV e PSC. Juntos, somariam 92 deputados, superando o PMDB, que elegeu a maior bancada da Casa (89).
A reação ao bloco pró-Aldo foi imediata. O PMDB reuniu sua bancada e anunciou uma "contra-ofensiva": se for superado em tamanho por algum bloco, fará o mesmo se unindo a qualquer sigla governista.
"Não dá para a minoria se transformar em maioria, se necessário vamos formar não só um bloco, mas uma placa tectônica", disse o peemedebista Geddel Vieira Lima (BA).
No encontro, Geddel recolheu as assinaturas necessárias para compor o bloco.
Os partidos devem oficializar suas alianças e declararem quais cargos da Mesa pretendem disputar até as 15h de hoje.
A distribuição dos 11 cargos na Mesa obedece ao critério da proporcionalidade, segundo o qual as maiores bancadas eleitas têm prioridade na escolha. Se as siglas se unirem em blocos, o que passa a valer é o número dos deputados que integram essa frente. A divisão das 20 comissões da Casa segue o mesmo critério.
Outros dois partidos que se movimentam para entrarem juntos na disputa são PSDB, que elegeu 66 deputados, e PPS, com 22. Juntos, teriam uma bancada de 88, superando o PT, que elegeu 83 federais.
O "loteamento" de cargos na Mesa foi um principais trunfos do candidato petista à presidência da Casa, Arlindo Chinaglia (SP), para obter o apoio da maioria dos partidos aliados.
Os dois cargos mais cobiçados na Mesa depois da presidência são a primeira-secretaria e a primeira-vice-presidência. No caso das comissões, as preferidas são a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e a Comissão de Finanças, as duas únicas com poder para barrar a tramitação de projetos.
O PMDB não abre mão de dirigir a CCJ e já tem, inclusive, um nome para o posto, Mendes Ribeiro Filho (RS). Já o PT deve reivindicar controlar a Comissão de Finanças por causa da tramitação de matérias relacionadas ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).


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