São Paulo, sábado, 31 de janeiro de 1998

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Painel

Guerra dos números
Enquanto a Confederação Nacional da Indústria divulga pesquisa mostrando que FHC vence a eleição de outubro no 1º turno, Ciro Gomes (PPS) espalha que um levantamento Vox Populi dá como certo o 2º turno.

Costura por cima
Ainda indeciso sobre seu futuro político, Itamar tem uma certeza: não aceita beijar a mão de Newton Cardoso, que controla o PMDB de Minas, para ser candidato a governador. Se optar por isso, jogará para FHC a missão de fazer Newtão lhe dar a sigla.

Confusão é meu nome
A sucessão em Minas, sem o fator Itamar, caminha para um enfrentamento da aliança PT-PSB contra PSDB-PFL-PTB. Dizem que Newtão (PMDB) desistiu de ser candidato. Se o peemedebista Itamar disputar o governo, chacoalha todo o quadro.

Promessa é dívida
De Temer: "Não termino meu mandato de presidente da Câmara sem votar todos os processos de cassação de mandato de deputados". Acha que dá para votar em março todos os seis.

Morreu pela boca
Depois de dizer que a liberação de verbas do El Niño para os aliados era "óbvia", Ricardo Barbosa deixou a Secretaria da Comunicação da Secretaria de Políticas Regionais. O Planalto não gostou da explicação.

Desvio de finalidade
O TSE pediu à Procuradoria Geral Eleitoral que, a partir de segunda, analise com pente fino os programas gratuitos dos partidos na TV e no rádio. O tribunal acha que houve campanha eleitoral disfarçada em 97.

Pura intriga
Duda -apelido de David Zylbersztajn (ANP) tornado público ontem por Serjão- causou frisson na Petrobrás.

Guerra verde
Fábio Feldmann (SP), secretário de Meio Ambiente, duvida do argumento do Ibama de que a devastação da Amazônia ocorre porque a legislação é ruim: "Em São Paulo, conseguimos aplicar as multas sem problemas".

Virando a mesa
O líder do PTB na Câmara, Paulo Heslander (MG), avisou Luís Eduardo Magalhães de que seu partido votará contra a criação de um novo imposto sobre combustíveis. O líder do governo não fez nenhuma objeção.

O ministro e o lobby
Além do PTB, o PSDB também já disse que vota contra o novo imposto sobre combustíveis. Ninguém que dar munição a Padilha (Transportes), do PMDB, que só para estradas teria mais R$ 1 bi. Mas a bancada dos usineiros é forte e quer o imposto.

Passando a limpo
Sem alarde, o Alto Comando da Aeronáutica passou dois dias reunido no início da semana. Agenda: a compra de aviões pela Marinha, a independência da Infraero e a criação da Agência Nacional de Transportes. Pode sair documento com as conclusões.

Mudança de atitude
Um dos nomes mais refratários à coligação com o PT, Jacó Bittar já admite conversar sobre a aliança PT-PSB para a eleição presidencial. Desde que São Paulo, onde prefere Quércia, fique de fora do acordo.

Vento a favor
O PT de Sergipe, que namora a candidatura de Jackson Barreto (PMDB) ao governo estadual, avisou Lula de que não será obstáculo à aliança nacional com o PSB. Pode fazer acordo com Antônio Carlos Valadares (PSB).

Montando o time
Os economistas Paulo Nogueira Batista Jr. e João Machado, que participaram da campanha de Lula à Presidência em 94, estão cotados para integrar a equipe de Marta Suplicy (PT) na disputa pelo governo paulista.

Fato raro
O PFL paraibano rachou. De seus 5 deputados estaduais, 4 declararam apoio à reeleição de José Maranhão (PMDB) que disputará com o pefelista Raimundo Lira. O governador tem apoio de 22 dos 60 prefeitos pefelistas.

TIROTEIO

De Cunha Lima (PPB-SP), que é contrário à coligação do PPB com o PFL na eleição de São Paulo e reivindica para si a candidatura de vice:
- O PFL primeiro vai levar a vice, depois vai querer a vaga no Senado e por fim as principais secretarias de governo, como ocorre atualmente na prefeitura. É muito, em troca de alguns minutos na televisão.

CONTRAPONTO

Caratê peemedebista
Além da definição sobre a situação do presidente da legenda, Paes de Andrade, e sobre o calendário das decisões do PMDB a respeito da eleição presidencial deste ano, a reunião de anteontem da Executiva do partido era muito esperada por um motivo mais prosaico.
Geddel Vieira Lima (BA), líder na Câmara, e o senador paranaense Roberto Requião haviam trocado ofensas recentemente e ameaçavam resolver as diferenças no braço.
Na véspera da reunião, Geddel se encontrou em um dos corredores da Câmara com Moreira Franco (RJ), que também é do grupo governista do partido.
Franco advertiu Geddel de que Requião é bem mais alto do que o parlamentar baiano.
E resolveu dar um conselho, em tom de brincadeira:
- Geddel, os baixinhos têm uma vantagem: abaixe a cabeça, vai correndo na linha da cintura e arrebente com a virilidade do Requião.


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