São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NORDESTE
Cortes atingirão 1,3 milhão
Governo reduz ajuda a flagelados da seca

ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió

O governo federal está reduzindo a ajuda que vinha dando aos flagelados da seca no Nordeste.
Neste mês, o governo fez um programa "tampão" de socorro aos sertanejos que previa a distribuição de alimentos para todos os 2,9 milhões de beneficiados, mas imprime cortes no 1,3 milhão de alistados nas frentes de trabalho.
A metade dos beneficiados no Piauí (58.777), dois terços dos sertanejos baianos (135.142) e todos os alistados em Minas (87 mil) e Espírito Santo (24.500) vão receber neste mês apenas 50% dos R$ 65 que o governo vinha destinando a eles pelo trabalho nas frentes.
Em fevereiro, o governo pretende extinguir o programa de ajuda aos flagelados nos Estados mencionados, com exceção do noroeste da Bahia, onde estão alistadas 64.858 pessoas. A Sudene considera que nessas regiões já choveu.
No Ceará, Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, os alistados receberão integralmente o salário e as cestas básicas referentes a janeiro na primeira semana de fevereiro.
A partir de fevereiro, a Sudene vai renegociar com esses Estados a redução do tamanho do programa, apesar de que em algumas regiões a previsão é que a seca se prolongue até maio.
As informações foram passadas à Agência Folha pelo coordenador do Programa Federal de Combate aos Efeitos Seca, Edjair Siqueira.
Segundo Siqueira, o tamanho do programa de ajuda aos sertanejos de fevereiro a maio será definido por critérios climáticos e em uma reunião dos secretários do Planejamento de todos os Estados do polígono da seca que acontecerá na Sudene nesta semana.
O governo criou o programa "tampão" porque não definiu os ministérios que irão liberar os R$ 210 milhões necessários para custear o auxílio aos sertanejos até maio. "Nos sete meses de ajuda do ano passado, o governo destinou R$ 623 milhões para as frentes de trabalho e cestas básicas. O dinheiro saiu de um crédito extraordinário. Agora, teremos que cortar verbas dos ministérios da Saúde, Educação, Planejamento e outros para compor o socorro."



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.