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NORDESTE
Cortes atingirão 1,3 milhão
Governo reduz ajuda
a flagelados da seca
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
O governo federal está reduzindo
a ajuda que vinha dando aos flagelados da seca no Nordeste.
Neste mês, o governo fez um programa "tampão" de socorro aos
sertanejos que previa a distribuição de alimentos para todos os 2,9
milhões de beneficiados, mas imprime cortes no 1,3 milhão de alistados nas frentes de trabalho.
A metade dos beneficiados no
Piauí (58.777), dois terços dos sertanejos baianos (135.142) e todos
os alistados em Minas (87 mil) e
Espírito Santo (24.500) vão receber neste mês apenas 50% dos R$
65 que o governo vinha destinando
a eles pelo trabalho nas frentes.
Em fevereiro, o governo pretende extinguir o programa de ajuda
aos flagelados nos Estados mencionados, com exceção do noroeste da Bahia, onde estão alistadas
64.858 pessoas. A Sudene considera que nessas regiões já choveu.
No Ceará, Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e
Sergipe, os alistados receberão integralmente o salário e as cestas
básicas referentes a janeiro na primeira semana de fevereiro.
A partir de fevereiro, a Sudene
vai renegociar com esses Estados a
redução do tamanho do programa,
apesar de que em algumas regiões
a previsão é que a seca se prolongue até maio.
As informações foram passadas
à Agência Folha pelo coordenador
do Programa Federal de Combate
aos Efeitos Seca, Edjair Siqueira.
Segundo Siqueira, o tamanho do
programa de ajuda aos sertanejos
de fevereiro a maio será definido
por critérios climáticos e em uma
reunião dos secretários do Planejamento de todos os Estados do
polígono da seca que acontecerá
na Sudene nesta semana.
O governo criou o programa
"tampão" porque não definiu os
ministérios que irão liberar os R$
210 milhões necessários para custear o auxílio aos sertanejos até
maio. "Nos sete meses de ajuda do
ano passado, o governo destinou
R$ 623 milhões para as frentes de
trabalho e cestas básicas. O dinheiro saiu de um crédito extraordinário. Agora, teremos que cortar verbas dos ministérios da Saúde, Educação, Planejamento e outros para
compor o socorro."
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