São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2004

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PAINEL

Mão fechada
Recentemente listado como item da "agenda positiva", o reajuste do salário mínimo deverá causar nova cizânia dentro do governo. A equipe econômica fechou questão em 10%, pouco além da reposição da inflação.

Letra morta
Pela proposta da área econômica, o salário iria de R$ 240 para R$ 264. Mas outros no governo defendem pelo menos R$ 280, para não sepultar de vez a promessa eleitoral de dobrar o poder de compra do mínimo no mandato do presidente Lula.

Volta ao cartaz
Decorridos dois meses desde a última dança de cadeiras na Esplanada, o termo reforma ministerial volta a circular em Brasília como sugestão de remédio para a crise política deflagrada pelo caso Waldomiro Diniz.

Mão amiga
José Dirceu desembarcou discretamente na noite de sexta-feira passada em Curitiba. Segundo explicação oficial, foi negociar com o governador Roberto Requião o fim da greve no porto de Paranaguá. De fato, pediu apoio ao peeemedebista.

Veneno da hora
Oposicionistas dizem que Duda Mendonça usou imagens enganosas em propaganda do governo Lula porque, se fosse esperar por realizações de fato, não iria faturar tão cedo.

Veja bem
Em entrevista a ser exibida hoje pela MTV, o petista João Paulo Cunha ouviu do apresentador João Gordo que os salários dos deputados federais são altos demais. De acordo com o presidente da Câmara, os colegas trabalham muito.

Tenho dito
Em decisão liminar que permite a reabertura dos bingos de Balneário Camboriú, a juíza da cidade catarinense opina que a medida provisória proibidora do jogo é "arbitrária e casuística, um claro exemplo de oportunismo político".

Vasos comunicantes
Força-tarefa investigadora de fraudes contra a Previdência no Rio de Janeiro descobriu quadrilha que teria a participação de dois deputados federais. Parte dos recursos desviados iria para caixa de campanha eleitoral.

Discurso e prática
Com nova onda de invasões à espreita, o governo promete mais dinheiro para a reforma agrária. No entanto, gastou só 4,54% dos recursos previstos no Orçamento de 2004 para o setor.

Sonho de consumo
No cálculo otimista dos tucanos, quatro partidos apoiariam, já em primeiro turno, uma eventual candidatura de José Serra à prefeitura paulistana: PFL, PPS, PDT e até o PMDB, cujo noivado com os petistas atravessa uma crise.

Bico calado
Integrante do quarteto de pré-candidatos do PSDB em São Paulo, Zulaiê Cobra Ribeiro ensaiou colocar faixa de campanha em festa do partido para correligionários na segunda-feira à noite. A iniciativa foi vetada pela coordenação do evento.

Padrinhos de peso
Apoiado por José Sarney, presidente do Senado, e Antonio Carlos Magalhães, o diretor-geral da Casa, Agaciel Maia, concorrerá a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União.

Visita à Folha
Anthony Garotinho, ex-governador e secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Marcelo Itagiba, subsecretário-geral de Segurança Pública, José Luiz Solheiro, assessor particular do secretário, Carlos Rayel, consultor de Comunicação e Graziele do Val, diretora da Communicação Assessoria Empresarial.

TIROTEIO

Do deputado peemedebista Moreira Franco (RJ), sobre a declaração do presidente Lula de que não tem "poderes de Deus para fazer milagres":
-A PF precisa encontrar o impatriótico que convenceu Lula de que ele era Deus, a ponto de o presidente ter sido obrigado a fazer um desmentido.

CONTRAPONTO

Astro especialmente convidado

O jantar de confraternização do PSDB paulistano, na noite de segunda, foi animado por repertório musical eclético.
Enquanto os pré-candidatos Saulo de Castro Abreu Filho, Walter Feldman, José Aníbal e Zulaiê Cobra cumprimentavam correligionários sem descanso, a banda alternava estilos.
Ausente, José Serra foi o assunto da noite. O presidente nacional do PSDB tem dito que não pretende disputar a prefeitura, mas seu expressivo desempenho nas pesquisas eleitorais mantém a dúvida no ar.
No final da noite, quando os pré-candidatos batiam em retirada, a banda enveredou pela Jovem Guarda com o sucesso "O Bom", de Eduardo Araújo.
Ao ouvir o refrão "ele é o bom, é o bom demais", cantado em coro por boa parte dos convidados, um tucano comentou:
-Agora só falta mesmo o Serra aparecer no palco!


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