São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 2005

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RUMO A 2006

Partido inicia ofensiva para proteger imagem do prefeito do Rio, que faz discurso em programa que vai ao ar hoje

PT faz uso eleitoral da saúde, diz PFL na TV

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em programa de televisão que vai ao ar hoje, no horário nobre, o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), vai defender que a intervenção federal nos hospitais municipais da cidade teve motivação eleitoreira, devido ao lançamento de sua candidatura à Presidência da República.
O PFL deu início ontem a uma ofensiva para tentar recuperar a imagem do prefeito carioca, desgastada após a intervenção federal no Rio. O partido protocolou ontem uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no STF (Supremo Tribunal Federal) e um projeto de decreto legislativo contra a interferência na cidade.
"No Rio de Janeiro a situação não é mais grave [do que em outras cidades]. A preocupação do governo não é a saúde, é a política", diz o apresentador do programa nacional do partido, que tem 20 minutos e irá ao ar às 20h30.
"É estranho que o governo faça tanto barulho para assumir responsabilidade que sempre foi dele. Agora, que lancei meu nome à Presidência da República, o governo lembrou da saúde do Rio de Janeiro", diz Cesar Maia no vídeo.
Ainda de acordo com o programa, o governo federal não repassou o dinheiro para os servidores dos hospitais municipais, o que teria causado uma dívida de R$ 192 milhões com a prefeitura. Também são mostrados números para dizer que a prefeitura investiu mais em saúde na cidade do que o governo federal.
"Temos o espaço necessário para mostrar a verdade. Vamos demonstrar que a calamidade na saúde do Rio é responsabilidade do governo e está em todo o país", disse o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen. Uma das crises em hospitais mostradas é em Recife, reduto eleitoral do ministro Humberto Costa (Saúde).
O programa tenta mostrar que a campanha de Cesar à Presidência não foi abalada. São citadas pesquisas do Ibope em que o prefeito aparece com 5% das intenções de voto em novembro de 2004 e com 12% em março deste ano.
O ministro Humberto Costa (Saúde) disse ontem que Lula não teria a necessidade de minar a candidatura do PFL. Segundo ele, a tese de Cesar Maia de que a intervenção tem motivação política não se sustenta porque a cidade estava efetivamente sem serviço de atenção básica de saúde.
"[A intervenção] não tem nada a ver com candidaturas. O Brasil é um país livre. Quem quiser pode-se candidatar", disse Costa.


Colaborou LEILA SUWWAN, da Sucursal de Brasília


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