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EDUCAÇÃO
Diplomas de Cuba não irão valer no país, afirma Tarso
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Educação, Tarso
Genro, descartou ontem em audiência pública no Senado a possibilidade de validação automática de diplomas de brasileiros que
cursam a graduação no exterior,
inclusive os de medicina de Cuba.
Neste ano haverá a formatura
da primeira turma de bolsistas do
Brasil na Elam (Escola Latino-Americana de Medicina), em Cuba, que são indicados por partidos políticos, principalmente PT e
PC do B, e movimentos sociais.
Por outro lado, Tarso Genro
anunciou que o ministério estuda
uma forma de reconhecer títulos
obtidos em universidades de países do Mercosul após uma paridade mínima de currículos. Foram
criadas comissões com representantes de Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Bolívia e Chile.
"Não há nem haverá reconhecimento automático de nenhum diploma de nenhum país. Se fosse
feito, cometeríamos arbítrio. Não
há possibilidade legal nem determinação política de fazer reconhecimento automático", afirmou o ministro aos senadores da
Comissão de Educação.
Em 2003, já na gestão Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil assinou
um protocolo de intenções com o
governo cubano em que um dos
pontos era a prioridade para o
problema dos diplomas de medicina. O Itamaraty já enviou propostas ao governo daquele país e
vem negociando o assunto.
Pelos dados do Ministério da
Educação, são 600 brasileiros estudando no país de Fidel Castro.
"Cuba assume maior relevância
não porque será tratada de maneira isolada do sistema ou de
maneira preferencial, mas porque
existe pressão social originária do
fato de que há centenas de estudantes que estão se formando",
disse o ministro após a audiência.
Segundo Tarso, o reconhecimento automático não pode ser
feito porque fere a autonomia das
universidades públicas e a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação.
"Vamos tentar solucionar a
questão de acordo com a legislação brasileira. O MEC não fará
uma proposta para ser derrubada
depois", disse, ressaltando que cabe à sua pasta somente a questão
dos diplomas, não tratando do
exercício da profissão.
O ministro afirmou ainda que,
se for aprovado o mecanismo negociado com os países do Mercosul, ele poderá ser adotado com
outros governos interessados.
O que vem sendo estudado desde o segundo semestre do ano
passado é uma forma de adotar
uma estrutura curricular semelhante. Foram criadas comissões
para avaliar os currículos de cinco
cursos de graduação -agronomia, medicina e engenharias mecânica, química e elétrica.
O exame
Atualmente, o aluno que cursou
a graduação no exterior precisa
procurar uma universidade pública e passar por uma avaliação
para ter seu diploma válido no
país. Essa avaliação varia de uma
universidade para outra.
"Pais de alunos alegam que as
provas são muito difíceis, feitas
para ninguém passar. Também
há universidades que cobram taxas de inscrição de até R$ 5.000
para as avaliações", disse o senador Valdir Raupp (PMDB-RO).
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