São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 2005

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OUTRO LADO

Para o tucano, certidão "não era um documento"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso confirma ter dito a Chelotti para desconsiderar o documento recebido do advogado Emerick Know- les, da empresa CH, J & T.
"Disse que não era um documento. Que tinha cansado de ver papéis que eles distribuem. Era um objeto de investigação e não provava nada. Eles [PF] foram lá para pegar os falsários, não para saber se tinha conta."
Para FHC, "querem dizer que o Chelotti tinha informações. Mas o Chelotti não tinha informações de nada. Deveria ter tido, mas não conseguiu ter informação nenhuma". O ex-presidente acredita que Chelotti seja alvo de processo devido a uma "briga interna da polícia".
A Folha perguntou a FHC se, mesmo considerando a certidão um item sem valor documental, não teria sido melhor incluir o papel no inquérito. "Isso [o papel] não prova nada. Não é prova de que não existe conta. É chantagem." E completou: "Não é que tinha de estar no processo. Era só mais um papel igual aqueles outros que passaram pelas mãos de vocês [mídia] todos. O que vão querer é por causa do Lula...".
Segundo o ex-presidente, haveria um desejo de relacionar o episódio de 1998 com recente declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse ter ordenado abafar investigações sobre suposta corrupção no processo de privatização no período FHC. "Eu disse: "Não está avançando um milímetro em nada". É o oposto do caso do Lula. Que também é um caso que não existe", disse.
A Folha procurou Vicente Chelotti diariamente desde segunda, mas o ex-diretor da PF não respondeu ao jornal.


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