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OUTRO LADO
Para o tucano, certidão "não era um documento"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso confirma
ter dito a Chelotti para desconsiderar o documento recebido
do advogado Emerick Know-
les, da empresa CH, J & T.
"Disse que não era um documento. Que tinha cansado de
ver papéis que eles distribuem.
Era um objeto de investigação e
não provava nada. Eles [PF] foram lá para pegar os falsários,
não para saber se tinha conta."
Para FHC, "querem dizer que
o Chelotti tinha informações.
Mas o Chelotti não tinha informações de nada. Deveria ter tido, mas não conseguiu ter informação nenhuma". O ex-presidente acredita que Chelotti seja alvo de processo devido a
uma "briga interna da polícia".
A Folha perguntou a FHC se,
mesmo considerando a certidão um item sem valor documental, não teria sido melhor
incluir o papel no inquérito.
"Isso [o papel] não prova nada.
Não é prova de que não existe
conta. É chantagem." E completou: "Não é que tinha de estar no processo. Era só mais
um papel igual aqueles outros
que passaram pelas mãos de
vocês [mídia] todos. O que vão
querer é por causa do Lula...".
Segundo o ex-presidente, haveria um desejo de relacionar o
episódio de 1998 com recente
declaração do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que disse
ter ordenado abafar investigações sobre suposta corrupção
no processo de privatização no
período FHC. "Eu disse: "Não
está avançando um milímetro
em nada". É o oposto do caso
do Lula. Que também é um caso que não existe", disse.
A Folha procurou Vicente
Chelotti diariamente desde segunda, mas o ex-diretor da PF
não respondeu ao jornal.
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