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MST diz ter 56,8 mil famílias mobilizadas em 13 Estados
Sem-terra são acampados, invasores ou cadastrados
da Reportagem Local
As famílias mobilizadas pelo
Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra estão ou em
acampamentos, ou em fazendas
invadidas, ou simplesmente cadastradas nas cidades, podendo
engrossar invasões, marchas e
manifestações. No total, há cerca
de 56,8 mil famílias em 13 Estados.
A maior mobilização neste ano
foi feita em Pernambuco, onde
5.300 famílias participaram de 20
invasões desde o último
fim-de-semana, segundo a direção
do MST de Pernambuco. Só em
acampamentos, o MST diz ter 49,8
mil famílias em 13 Estados.
A morte, na última quinta-feira,
de dois militantes do MST durante
despejo de famílias da fazenda
Goiás 2, em Parauapebas (PA),
pode acabar se transformando em
combustível para novas invasões.
O MST, no entanto, já havia
anunciado no seu encontro nacional, realizado em fevereiro em Vitória (ES), que não iria se limitar
aos focos de conflito de terra tradicionais. A meta do MST, disse
na ocasião Jaime Amorim, da direção nacional do movimento, é
acabar com o latifúndio no país.
As áreas irrigadas do Vale do São
Francisco, a zona canavieira e cacaueira, no Nordeste, o Triângulo
Mineiro, o sul do Espírito Santo, a
região canaveira do norte fluminense são as novas prioridades do
MST. A avaliação do MST é que
essas regiões são dominadas por
latifúndios que estão em decadência, tornando-se áreas propícias
para a agricultura familiar, já que
estão próximas dos grandes centros consumidores e dispõem de
boa infra-estrutura.
O MST tem escritórios e direções
constituídas em 21 Estados, mas
em alguns, como Tocantins, Amazonas, parte do Nordeste e Minas,
a principal liderança nas invasões
de terra ainda são os sindicatos de
trabalhadores rurais. A onda de
invasões em Pernambuco e o
anúncio da mudança do líder José
Rainha Júnior para o Ceará mostram que o MST quer ter, em breve, hegemonia no Nordeste.
Aparentemente, os únicos Estados em que o MST não tem hoje
capacidade de mobilização suficiente para intensificar as invasões
são Mato Grosso e Goiás. Manoel
Messias da Silva, da direção do
MST no Mato Grosso, afirmou
ontem que as 1.500 famílias que
ainda estão acampadas no Estado
já conseguiram áreas e aguardam
o assentamento definitivo pelo Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária).
"Não estamos programando
ocupações de terras para os próximos meses", afirmou Silva.
Em Minas, o MST ontem fez ontem a primeira ação no sul, região
que ainda não figurava no mapa
das invasões de terra no país. O alvo foi uma fazenda de 6.000 hectares da usina de açúcar Ariadnópolis, no município de Campo do
Meio. Segundo o MST, a escolha
da fazenda deve-se ao fato de os
proprietários terem dívidas com o
fisco estadual.
O MST intensificou suas ações
na Bahia, onde em 98 promoveu
13 invasões. A novidade é a entrada no Recôncavo Baiano. Uma fazenda invadida é da Petrobrás.
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