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MST vai à
Justiça contra
fazendeiros
da Agência Folha, em Presidente Prudente
O MST está reunindo documentos para entrar com ações na Justiça contra fazendeiros e policiais
do Pará, disse o líder dos sem-terra Gilmar Mauro, 30, que deixou
Parauapebas (PA) ontem à tarde.
"É preciso que haja uma intervenção do governo federal aqui.
Os fazendeiros e policiais formaram um grupo paramilitar em Parauapebas", afirmou. Mauro avalia que há risco de mais violência.
Segundo ele, os sem-terra estão
revoltados e o clima é tenso nas cidades do sul do Pará. "A Justiça
não chegou aqui. A impunidade é
um estímulo para o assassino. Os
crimes vão continuar", disse.
Só a desapropriação das fazendas invadidas pelos sem-terra, segundo a avaliação de Mauro, pode
evitar novos confrontos.
O assassinato dos líderes do MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra), de acordo com
Mauro, provocou revolta entre os
trabalhadores rurais sem terra,
mas não vão acontecer retaliações
por parte dos trabalhadores.
"O pessoal vai ocupar fazendas
disposto a ficar nelas de qualquer
jeito." Segundo ele, os sem-terra
estão se organizando para tentar
evitar novas mortes no Pará.
O líder do MST voltaria a São
Paulo ontem para organizar os
protestos pelos dois anos do massacre de Eldorado do Carajás, no
próximo dia 17.
Nesse dia, devem acontecer manifestações pela reforma agrária e
contra a violência no campo em
todo o país, na Europa e na Índia.
Amanhã, o MST se reúne com o
Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para
discutir a liberação de verbas para
os assentados.
Duas testemunhas dos assassinatos de Valentin Serra e Onalício
Barros, líderes do MST mortos na
semana passada, devem ir hoje a
Brasília (DF). A pedido do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh
(PT-SP), as testemunhas vão falar
sobre os crimes na Câmara.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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