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ENTENDA O CASO
Saiba o que levou ACM a renunciar ao seu mandato
DA REDAÇÃO
Antonio Carlos Magalhães
renunciou ao mandato para
evitar sua cassação pelo Senado. O pedido de cassação foi
aprovado pelo Conselho de Ética no último dia 23 por 10 votos
contra 5. ACM decidiu renunciar antes que a Mesa aprovasse
a abertura de processo contra
ele. Nesse caso, além de perder
o mandato, teria os direitos políticos suspensos por oito anos.
O processo contra ACM decorreu da violação do painel
eletrônico do Senado na votação da cassação do então senador Luiz Estevão (PMDB-DF),
em 28 de junho de 2000.
Um dia antes da votação, que
seria secreta, o senador José
Roberto Arruda (DF), então líder de FHC no Senado, pediu
que Regina Célia Peres Borges,
diretora do Prodasen, conseguisse a lista dos votos para
ACM, presidente do Senado.
Naquela noite, Regina, com a
ajuda de seu marido, Ivar Alves
Ferreira, técnico do Prodasen, e
de Heitor Ledur, operador do
sistema, modificou o programa
do painel para obter a lista, entregue após a votação a Arruda.
À noite, este mostrou a lista a
ACM, que telefonou a Regina.
A partir daí, surgiram rumores sobre como teriam votado
os senadores até que, em fevereiro deste ano, ACM revelou a
procuradores da República que
tinha visto a lista com os votos.
A conversa foi revelada pelo
procurador Luiz Francisco de
Souza. ACM então negou ter tido acesso à lista, mas mudou
sua versão depois que a própria
Regina Célia confessou a violação do painel. Na semana passada, o Conselho de Ética aprovou o relatório de Saturnino
Braga (PSB-RJ), pedindo a cassação de ACM e Arruda, que
renunciou no dia seguinte.
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