DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A Receita Estadual do Paraná apreendeu ontem, no centro de Curitiba, uma carga de 100 mil jornais do Fórum de Luta por Trabalho, Terra, Cidadania e Soberania, sob alegação de falta de nota fiscal.
O jornal, de quatro páginas, defendia na primeira página o impeachment do governador Jaime Lerner (PFL).
A apreensão foi feita no início da manhã de ontem, quando um caminhão descarregava a encomenda em frente à sede de Curitiba da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Panfleto
O governo do Paraná acionou a Justiça contra os responsáveis pela publicação, que considerou ""um panfleto com acusações levianas e irresponsáveis contra autoridades". Às 18h30, diretores da CUT receberam uma intimação judicial por ação do governo.
O secretário-geral da CUT, Florisvaldo Raimundo de Souza, disse que a documentação para o transporte dos jornais estava em dia. A nota fiscal, segundo ele, estava em poder da CUT e o transportador tinha uma declaração de origem para garantia fiscal.
""A transportadora é experiente, não aceitaria uma carga que não estivesse legalmente documentada", afirmou.

Corrupção
A CUT faz parte do fórum que produziu o jornal. O material contém textos que ligam Lerner a atos de corrupção no Paraná e o relacionam ao presidente Fernando Henrique Cardoso e ao ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Também fazia a convocação para o manifesto marcado para 11 de junho, em Curitiba, contra a privatização da Copel, companhia de energia elétrica do Paraná.
""É muito sintomático que uma publicidade para pretensamente denunciar atos lesivos ao erário seja transportada sem pagamento de impostos", afirmou o secretário da Comunicação do governo paranaense, Rafael Greca, também atacado no jornal.


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