São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 2002

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São Paulo é "província" do ponto de vista político, diz tucano no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

O pré-candidato do PSDB à Presidência, o paulista José Serra, chamou ontem São Paulo de "província", do ponto de vista político, na cerimônia de formalização da aliança PSDB-PFL-PMDB para disputar o governo do Rio.
"O Rio de Janeiro tem uma importância política que, às vezes, o pessoal daqui não percebe. Em São Paulo, o que acontece no Rio sempre é levado em altíssima conta. Sempre é valorizado. São Paulo ainda é província, do ponto de vista político, em comparação ao Rio de Janeiro. Os paulistas sabem disso. Sempre põem muita atenção em torno do que acontece aqui", disse o presidenciável.
Serra estava buscando enfatizar a importância da aliança feita no Rio, após o rompimento nacional do PFL com o PSDB. "O que está acontecendo hoje aqui é o que vai permitir que a gente conduza o nosso país mais para adiante."
O pré-candidato manteve o discurso da continuidade com mudança, criticado pelo prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), seu novo aliado. "Mudança sem ruptura", defendeu, buscando distinguir sua proposta da de Lula (PT).
Serra fez uma crítica velada ao petista, ao dizer que sua mudança não é "a da TV, de gente que fala uma coisa na TV e faz outra na prática". Mais tarde, em entrevista, ele disse que suas declarações eram genéricas, que ele não estava "fulanizando" suas afirmações.
Sobre o assédio do PT aos descontentes do PMDB, Serra disse que até agora apenas o ex-governador Orestes Quércia manifestou apoio ao PT: "Sei que o PMDB como um todo virá conosco".
A crítica a Anthony Garotinho, do PSB, foi mais explícita, embora o nome do concorrente também não tenha sido citado: "Nossa mudança não é aquela que maquia números, de segurança ou do que seja, para enganar a população brasileira, estabelecendo torneios de mentiras de números". Na entrevista, Serra disse que houve maquiagem no Rio.
Em Minas, Garotinho respondeu a Serra: "Ele também deve ser contra os que maquiam os números da reforma agrária e os que erram o número da dívida externa, como o Banco Central", disse.



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