São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 2002

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ACM anuncia voto em Ciro no 1º turno

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

RAQUEL LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de muito tempo trabalhando apenas nos bastidores, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) anunciou ontem o seu apoio ao presidenciável do PPS, Ciro Gomes.
"Vou fazer uma campanha estadualizada. Mas, se os eleitores me perguntarem em quem vou votar no primeiro turno, vou dizer que é no Ciro Gomes", disse ACM.
Para o eventual segundo turno, o ex-senador descarta apenas o apoio ao candidato governista, José Serra (PSDB).
"Serra já está descartado. Ele não gosta da Bahia nem dos nordestinos", afirmou.
ACM voltou a admitir a possibilidade de votar em Luiz Inácio Lula da Silva, caso o pré-candidato petista dispute o segundo turno com Serra. "Não vou pensar duas vezes em votar no Lula."
Para ele, Lula e o PT deram uma demonstração de "amadurecimento político" ao tentar estabelecer com o ex-governador Orestes Quércia e com a ala oposicionista do PMDB uma possível aliança ainda no primeiro turno.
"Não existe nenhum lugar do mundo em que candidatos possam descartar votos em uma eleição tão concorrida."
Como controla politicamente 93% dos municípios baianos, ACM prevê dificuldades para Serra no Estado. "Tenho recomendado a todos que compõem nossa coligação que não votem no Serra em hipótese alguma."

Aborto
O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Jayme Henrique Chemello, disse ontem que "alguém que é um abortista declarado não pode ter o voto dos católicos".
Ciro disse anteontem no programa ""Gordo a Go-Go", da MTV, que é pessoalmente contra o aborto, mas que considera "errada" a proibição legal da prática.
Para Crio, o aborto é um assunto "da mulher e da família" e sua proibição dificulta a prática para as mulheres mais pobres.
Evitando comentar diretamente a posição do pré-candidato, d. Jayme afirmou que pretende conversar com Ciro para obter explicações sobre sua posição.
D. Jayme afirmou que o aborto é um tema que preocupa a CNBB. No entanto a instituição, segundo ele, não pretende orientar os fiéis no período eleitoral. "Cada candidato vai se tornar responsável por suas declarações, e o povo julgará cada uma delas."


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