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Secretária diz que governo quer
cadastro único da população pobre
DA REPORTAGEM LOCAL
Wanda Engel, secretária nacional de Assistência Social, disse
que o governo federal está caminhando para um sistema de cadastro único da população pobre.
"É com esse objetivo que o presidente Fernando Henrique Cardoso irá lançar, no próximo dia
15, o Cartão Cidadão", afirmou.
O "Cartão Cidadão" havia sido
anunciado pelo governo federal
na véspera do debate -e a apenas
quatro meses da eleição de outubro. O objetivo do cartão -que
será magnético e substituirá outros já distribuídos à população-
é unificar o pagamento dos programas de transferência direta de
renda. O governo federal planeja
gastar R$ 29,4 bilhões com esses
programas neste ano.
Wanda Engel afirmou que a situação de miséria e indigência
acaba levando à quebra do contrato social, que se dá quando o
excluído resolve não mais respeitar as regras da sociedade.
A secretária defendeu uma
abordagem multidimensional do
problema, levando em conta aspectos sociais, econômicos e culturais. Argumentou que a ação
mais direta no combate à pobreza
deve se dar no plano municipal,
em que é mais fácil identificar os
focos mais graves de miséria.
Para ela, os programas sociais
deveriam ter condicionalidades e
prever uma porta de saída, que
permita ao beneficiado voltar a
ter uma vida produtiva.
Direitos indivisíveis
Marcos Pinta Gama, do Secretaria Nacional de Direitos Humanos, órgão do Ministério da Justiça, defendeu a idéia da indivisibilidade dos direitos. Para ele, o cidadão não deveria ter apenas alguns direitos, que garantissem a
sua sobrevivência. O secretário
defendeu que, além do direito de
comer, morar e trabalhar, a sociedade deveria integrar o excluído
de maneira mais abrangente.
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