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GOVERNO SOB PRESSÃO
Segundo o órgão, há problemas em quase todas as áreas da empresa, e mais 20 auditores vão trabalhar no caso; ECT não comenta
CGU vê indício de irregularidade nos Correios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CGU (Controladoria Geral da
União) detectou indícios de irregularidades generalizadas nos
Correios, informou ontem o subcontrolador-geral da União, Jorge
Hage. Segundo ele, há suspeita de
irregularidades na compra de cofres, medicamentos, uniformes e
na chamada Rede Postal Noturna.
No caso da compra de 1,5 mil
cofres, um contrato na casa dos
R$ 8 milhões, investiga-se a autorização para a entrega, pelo fornecedor, de unidades em padrão diferente do licitado. A permissão
para o fornecimento dos cofres,
mesmo fora da especificação, teria sido feita mediante a promessa
de um desconto no preço, o que
não teria se confirmado depois.
Diante dos primeiros indícios, a
CGU mais do que triplicou o número de auditores encarregados
de rastrear contratos, licitações e
editais na ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos).
Na semana retrasada, a CGU
havia indicado oito auditores para investigar denúncias nos Correios. Depois de uma primeira
pesquisa em 600 contratos celebrados pela estatal, a Controladoria aumentou a equipe, com a indicação de mais 20 auditores.
"Foram detectados os primeiros indícios de fragilidades e irregularidades em praticamente todas as áreas da empresa", adiantou Jorge Hage. Hage disse que os
trabalhos da CGU contam ainda
com um volume crescente de denúncias apresentadas por funcionários da empresa: "Há muita indignação lá dentro, o que ajuda".
Ele disse que o resultado final da
auditoria não deve sair antes de
meados de julho, conforme o prazo fixado pelo ministro Waldir Pires (Controle e Transparência).
Ontem, a direção da ECT não
quis se manifestar sobre as declarações do subcontrolador. A empresa disse apenas que está pronta a colaborar com as investigações da Polícia Federal e da CGU.
Além do grupo dedicado à auditoria especial, a CGU tem mais
três analistas acompanhando a
sindicância aberta pelos Correios,
que tem até 16 de junho para exibir resultados. Continuam afastados o chefe do Departamento de
Contratação e Administração de
Material dos Correios, Maurício
Marinho, o diretor de Administração dos Correios Antônio Osório Batista e seu assessor Fernando Leite de Godoy.
A CGU já havia detectado um
prejuízo de R$ 21 milhões num
contrato de transporte aéreo de
malotes da ECT com a Skymaster
Airlines Ltda. na gestão FHC.
O PFL ingressou no TCU (Tribunal de Contas da União) com
representação pedindo que o órgão anule a licitação dos Correios
para a escolha de parceiros para o
comércio de apólices de seguro
em suas agências espalhadas pelo
país, o chamado "Seguro Postal".
(MARTA SALOMON)
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