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Manobra de Renan tenta
impedir abertura de CPI
PPS, PV e PSOL terão que recolher assinaturas de novo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se
apegou ontem a uma formalidade para tentar barrar a CPI
dos Sanguessugas. A manobra
obriga PPS, PV e PSOL a ter que
recolher novamente assinaturas de 171 deputados e 27 senadores para criar a comissão.
Parlamentares desses partidos se revoltaram e discutiram
com Renan durante sessão do
Congresso, na noite de ontem.
"Com essa decisão, vossa excelência começou o combate.
Ao passar por cima dos direitos
da minoria, começou a guerra",
disse o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), no plenário.
Renan, que já sinalizara que
trabalharia para enterrar a investigação, afirmou que o requerimento com 174 assinaturas de deputados e 30 de senadores possuía "assinaturas de
apoiamento", o que contraria o
regimento -o artigo 243 veta o
conceito para a criação de CPIs.
"CPI é necessária quando
não há investigação. Quando há
investigação, o mais rápido, o
mais célere, o que mais atende à
sociedade é aguardar essas investigações", afirmou Renan,
antes da sessão, em referência à
expectativa de que a Procuradoria Geral da República apresente, nos próximos dias, as
primeiras denúncias ao Supremo Tribunal Federal contra
parlamentares suspeitos.
Ao ser criticado por Gabeira
-que o acusou de trabalhar a
favor da ala do PMDB que é
acusada de participação no esquema-, Renan encerrou a
sessão do Congresso que fora
convocada para discutir mudanças na tramitação do Orçamento da União, foco da fraude
do esquema dos sanguessugas.
O pedido de criação da CPI
atendia às duas exigências
constitucionais para sua criação: possuía o apoio mínimo
necessário (171 assinaturas na
Câmara e 27 no Senado) e tinha
o chamado "fato determinado".
"Há fato determinado, há assinaturas suficientes. Só nos
resta recorrer ao Judiciário",
disse Chico Alencar (PSOL-RJ). Os três partidos prometem
ingressar hoje no STF com
mandado de segurança para
tentar forçar a instalação.
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