São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2007

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Lago reconhece voz de sobrinhos em grampos da polícia

Governador do Maranhão nega ao STJ envolvimento no caso Navalha e classifica como "triste" participação de familiares

Teotônio Vilela (AL) nega parte no esquema e afirma que cinco funcionários de seu governo envolvidos no caso já foram exonerados


FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os governadores Jackson Lago (PDT-MA) e Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL) negaram ontem à ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Eliana Calmon envolvimento no esquema de corrupção em licitações revelado pela Polícia Federal com a Operação Navalha.
Lago admitiu, entretanto, a existência de irregularidades "que precisam ser investigadas" e reconheceu a voz de dois sobrinhos nas gravações do inquérito criminal.
Ao sair de seu depoimento, o governador do Maranhão classificou como "profundamente triste" a participação dos familiares. "Foi lamentável. Havendo constatação disso, espero que, além das relações com a Justiça, seja uma lição."
Questionado se recebeu dinheiro para beneficiar a Gautama, Lago negou: "Fui três vezes prefeito de São Luís. Se eu tivesse amor pelo dinheiro e fosse desonesto, eu teria tido oportunidades", disse. "Exijo que examinem a minha vida."
Ele também disse ter apresentado a Eliana Calmon a ficha de registro do Kubitschek Hotel, no qual teria se hospedado "clandestinamente", segundo inquérito da Polícia Federal. E prometeu encaminhar ao STJ seus extratos bancários e declaração de bens "que se resumem a um apartamento, uma casa e um carro.
O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, também negou qualquer envolvimento com a máfia, mas afirmou que não é sequer investigado na operação da PF. "Estou aqui apenas para contribuir com as investigações." Segundo Teotônio, os cinco funcionários do governo de Alagoas presos na Operação Navalha já foram exonerados do cargo.
Questionado sobre negociações entre ele e o ex-secretário de infra-estrutura, Adílson Teixeira Bezerra, para o pagamento de uma "indenização" à Gautama pela obra da barragem no rio Pratagy, o governador diz não lembrar. "Com certeza conversei sobre a barragem do rio Pratagy, mas especificamente sobre isso não creio. Não lembro, tenho que ver melhor."
Além dos governadores, o deputado distrital Pedro Passos e o ex-procurador do Estado do Maranhão Ulisses Martins foram ouvidos pela ministra. Ambos saíram do tribunal sem falar com a imprensa. O ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau não se pronunciou ao sair do depoimento ontem.


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