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Garotinho vai ao TSE para cassar Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, pediu
ontem ao TSE que casse a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva
(PT), acusando-o de uso da máquina do Estado do Rio. Segundo
ele, o secretário estadual do Trabalho, Adeilson Ribeiro Telles,
utilizou indevidamente a máquina para convidar o secretário de
Administração e Reestruturação
do Estado, Rômulo Orrico Filho,
para inauguração de comitê.
Em comício para cerca de 500
pessoas, ontem à noite em Duque
de Caxias (RJ), Lula atacou indiretamente Garotinho: ""Não posso
conceber, pela minha formação
cristã -eu sou católico-, que
pessoas utilizem o nome de Deus
em vão. Estou cansado de ver
gente mentir em nome da religião". Lula disse ainda que o restaurante popular, símbolo da gestão de Garotinho no Rio, é uma
invenção do ex-prefeito de Belo
Horizonte Patrus Ananias (PT).
"Má-fé"
Acompanhado de Benedita da
Silva, candidata à reeleição para o
governo do Rio, Lula disse que é
"má-fé" cobrar da governadora,
em quatro meses, "o que não fizeram em 40 anos". Segundo ele,
"desde o começo dos anos 90 até
agora, de 100% dos crimes que
aconteceram neste país, apenas
8% foram esclarecidos", disse.
Rebatendo as críticas sobre seu
suposto despreparo para exercer
a Presidência, disse: ""Imaginem
se o Vicente Feola [treinador da
seleção brasileira na Copa de
1958" não tivesse dado uma chance ao Pelé". Depois, em comício
em Mesquita (RJ), para 4.000 pessoas, voltou a criticar Garotinho.
O presidente nacional do PSB,
Miguel Arraes, decidiu partir para
o confronto direto com os grupos
que defendem a renúncia de Garotinho. Ontem, em Recife, após
participar de uma reunião com a
cúpula socialista de Pernambuco,
ele substituiu seu candidato a governador do Estado, Humberto
Barradas, que liderava um movimento local contra Garotinho.
"Conspiração"
Arraes considerava a ação de
Barradas conspiratória e simbolicamente negativa para o PSB.
Ao substituí-lo, não sufocou
apenas o núcleo de resistência à
candidatura nacional em Pernambuco. Enviou também um
recado aos diretórios do partido
em outros Estados.
"A idéia é tornar a decisão de
Pernambuco um exemplo para
outros locais", afirmou à Agência
Folha um integrante do PSB.
O partido, informou, quer mostrar que a candidatura de Garotinho é "irreversível" e que o partido deve trabalhar "a favor da sua
permanência".
Barradas será substituído pelo
vice da chapa, Dilton da Conti,
um dos principais assessores de
Arraes. O vice de Conti será o médico Anchieta Patriota.
Barradas foi o terceiro candidato a governador do PSB a deixar a
disputa. Ele foi o primeiro, entretanto, a ser substituído por decisão do partido.
Jacó Bittar, que disputaria a eleição em São Paulo, e Lídice da Mata, candidata na Bahia, renunciaram na semana passada. Os dois
abandonaram as candidaturas reclamando da "falta de apoio" e da
"evangelização" da campanha.
Colaboraram a Agência Folha, em Recife,
e a Sucursal do Rio
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