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CRISE MUNICIPAL
Municípios protestam contra queda em repasse de fundo federal; em SC, 19 cidades também decidiram parar
89 prefeituras do RS param hoje e amanhã
DA AGÊNCIA FOLHA
Cresce a mobilização dos municípios contra a queda nos repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e por uma
maior participação dos prefeitos
no debate da reforma tributária.
Hoje, 89 prefeituras do Rio
Grande do Sul prometem paralisar suas atividades como uma forma de protesto contra a redução
do repasse do FPM. O movimento
deve continuar amanhã.
Prefeituras do Paraná já fizeram
paralisações neste mês, e, em São
Paulo, mais de 500 municípios
planejam parar suas atividades no
dia 5 de agosto. Representantes
das prefeituras paulistas também
aprovaram uma manifestação
pública em frente à Assembléia
Legislativa do Estado.
Os prefeitos gaúchos dizem que
haverá plantões nas secretarias de
Saúde para que sejam feitos os
atendimentos emergenciais.
Além da paralisação, estão previstas manifestações em frente
aos prédios das prefeituras.
A decisão foi tomada por três
entidades municipalistas e se antecipa à reunião que a Famurs
(Federação das Associações de
Municípios do Rio Grande do
Sul) fará na próxima segunda-feira para decidir sobre uma paralisação geral de todas as 497 prefeituras do Estado. As prefeituras
que param hoje e amanhã integram as associações de municípios das regiões das Missões, de
Celeiro e da Zona da Produção.
Santa Catarina
Em Santa Catarina, 19 prefeituras do extremo oeste do Estado
decidiram anteontem que vão fechar as portas nos dias 7 e 8. Os
municípios querem uma maior
fatia do bolo tributário da União.
"Os prefeitos sabem que o FPM
cai entre maio e agosto, mas o que
estamos vendo, com o passar dos
anos, é a redução da participação
dos municípios no bolo tributário. Por outro lado, estão aumentando as nossas responsabilidades. Não estamos querendo fugir
delas. Mas, sem recursos, não há
como atender à comunidade",
disse o prefeito da cidade de Dionísio Cerqueira, Altair Rittes
(PT), presidente da Ameosc (Associação dos Municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina).
As prefeituras anunciaram também que vão adotar turno único
de funcionamento e cortar as horas extras. Em média, as receitas
dos 19 municípios dependem em
70% do fundo. Em Alagoas, os
prefeitos querem envolver o governo estadual e a bancada federal
-que irá votar a reforma tributária no Congresso- na discussão
sobre uma maior participação
dos municípios na arrecadação
federal.
Na próxima segunda-feira, a
AMA (Associação dos Municípios de Alagoas) irá promover,
em Maceió, um encontro entre os
102 prefeitos do Estado para discutir o problema.
Segundo representantes da associação, foram convidados para
participar da reunião o governador Ronaldo Lessa (PSB), deputados federais e estaduais, vereadores e lideranças políticas municipais. "Estamos convidando todos
os políticos para que tomem
consciência das dificuldades por
que estamos passando. Não estamos conseguindo sobreviver com
a queda no FPM", disse o prefeito
de Cajueiro, Fernando Toledo
(PSDB), que há um mês vem fechando a prefeitura nas sextas-feiras como medida de economia.
Segundo ele, a mobilização dos
prefeitos é suprapartidária. "É um
movimento municipalista, e não
partidário", disse Toledo.
O FPM, fundo formado a partir
de um percentual (22,5%) da arrecadação do Imposto de Renda e
do Imposto sobre Produtos Industrializados, costuma cair de
maio para junho. Geralmente, fica
estável ou volta a subir no mês de
julho, mas neste ano essa alta não
ocorreu. Os municípios também
recebem parte da arrecadação de
outros impostos, como o ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços, estadual).
(JAIRO MARQUES, LÉO GERCHMANN e SÍLVIA FREIRE)
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