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São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2003

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Para sem-terra, há perseguição e arbitrariedade

DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

A mulher de Rainha, Diolinda Alves de Souza, chorando, disse ontem que a prisão do líder sem-terra é uma perseguição do juiz Atis de Araújo Oliveira. "Ele é um covarde", afirmou ela.
A reportagem tentou contato com o juiz Oliveira. No Fórum de Teodoro Sampaio, a informação era que ele não falaria com a imprensa, seguindo orientação do Tribunal de Justiça de São Paulo.
A ouvidora agrária nacional adjunta, Maria de Oliveira, viu com preocupação a decisão. "Uma decisão dessas pode acirrar os ânimos, e só existem consequências negativas nesse acirramento."
Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, disse que o movimento vai recorrer e que fica claro que a sentença é uma "decisão política para tensionar a região [do Pontal]" e que representa "perseguição explícita".
Wesley Mauch, coordenador do acampamento do MST em Presidente Epitácio, disse que a decisão "arbitrária" do juiz não impedirá o movimento de continuar sua mobilização na região. "Ele [o juiz] tem uma rixa direta com o movimento e usa sua caneta para cometer injustiças", afirmou.
O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que preside a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, disse que José Rainha Jr. vai sofrer "uma gincana de condenações".
Para Greenhalgh, a condenação de Rainha faz parte de uma "arapuca processual" para evitar que o líder sem-terra saia livre caso consiga habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
(JOSÉ MASCHIO)


Colaborou CRISTIANO MACHADO, free-lance para a Agência Folha, em Presidente Prudente


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