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Para sem-terra,
há perseguição
e arbitrariedade
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
A mulher de Rainha, Diolinda
Alves de Souza, chorando, disse
ontem que a prisão do líder sem-terra é uma perseguição do juiz
Atis de Araújo Oliveira. "Ele é um
covarde", afirmou ela.
A reportagem tentou contato
com o juiz Oliveira. No Fórum de
Teodoro Sampaio, a informação
era que ele não falaria com a imprensa, seguindo orientação do
Tribunal de Justiça de São Paulo.
A ouvidora agrária nacional adjunta, Maria de Oliveira, viu com
preocupação a decisão. "Uma decisão dessas pode acirrar os ânimos, e só existem consequências
negativas nesse acirramento."
Gilmar Mauro, da coordenação
nacional do MST, disse que o movimento vai recorrer e que fica
claro que a sentença é uma "decisão política para tensionar a região [do Pontal]" e que representa
"perseguição explícita".
Wesley Mauch, coordenador do
acampamento do MST em Presidente Epitácio, disse que a decisão
"arbitrária" do juiz não impedirá
o movimento de continuar sua
mobilização na região. "Ele [o
juiz] tem uma rixa direta com o
movimento e usa sua caneta para
cometer injustiças", afirmou.
O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que preside a Comissão de Constituição e Justiça
da Câmara dos Deputados, disse
que José Rainha Jr. vai sofrer
"uma gincana de condenações".
Para Greenhalgh, a condenação
de Rainha faz parte de uma "arapuca processual" para evitar que
o líder sem-terra saia livre caso
consiga habeas corpus no STJ
(Superior Tribunal de Justiça).
(JOSÉ MASCHIO)
Colaborou CRISTIANO MACHADO, free-lance para a Agência Folha, em Presidente Prudente
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