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CENTRO-OESTE
ICMS teria sido desviado
Prefeitos de MS entram na Justiça contra Estado
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A Assomasul (Associação dos
Municípios de Mato Grosso do
Sul) decidiu ontem, em assembléia, entrar com ação na Justiça
contra o governo do Estado, alegando desvio de R$ 15.568.665 no
repasse do ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) às prefeituras.
A quantia corresponde a 25%
dos R$ 62.274.662,39 que a Petrobras afirma ter pago a 35 empresas credoras do governo do Estado. Segundo a Petrobras, o pagamento foi realizado por determinação do governo e a empresas
indicadas pela Secretaria Estadual
de Receita e Controle.
O Ministério Público Federal investiga se a União foi prejudicada
com a operação, pois teria direito
a 15% dos R$ 62,2 milhões, caso o
dinheiro entrasse como ICMS.
O advogado da Assomasul, Alexandre Bastos, cita o artigo 4º da
lei complementar nº 63, de 1990,
que prevê o repasse de 25% do
ICMS mesmo se o crédito for extinto "por compensação ou transação", como seria nesse caso.
Entre as maiores beneficiadas
estão a Anfer Construções e Comércio (R$ 8.511.163,05), a Financial Construtora Industrial (R$
5.152.431,99), a Hélio Corrêa
Construções e Terraplanagem
(R$ 5.998.100,00) e a Cobel Construtora de Obras de Engenharia
(R$ 4.100.000,00).
Na eleição de 2002, a Financial
doou R$ 32,2 mil à campanha do
governador José Orcírio Miranda
dos Santos, o Zeca do PT, e mais
R$ 21,5 mil à do deputado federal
Vander Loubet (PT), sobrinho de
Zeca. Já a Hélio Corrêa deu R$ 20
mil a Loubet, e a Cobel, R$ 25 mil
à primeira eleição de Zeca (1998).
O secretário estadual da Coordenação Geral do Governo, Paulo
Roberto Duarte, disse ontem que
as cidades só têm direito a 25% do
ICMS se houver "arrecadação efetiva". Zeca do PT atribuiu as doações, em reportagem publicada
no início do mês, à simpatia das
empresas pelo PT.
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