São Paulo, domingo, 31 de julho de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ MÍDIA

Vendas em banca têm peso limitado na circulação dos grandes diários, que destinam mais de 80% dos exemplares a assinantes

Notícias sobre crise influem pouco na tiragem dos jornais

DA REDAÇÃO

O escândalo do "mensalão" influiu pouco na circulação dos principais jornais do país. Na maioria dos casos, as variações não ultrapassaram a marca de 1%.
Esse fato contraria uma opinião difundida em uma parcela da opinião pública, de que os jornais têm noticiado as acusações sobre corrupção no governo com o objetivo de ampliar seu leitorado.
Pesquisa realizada pelo Datafolha no dia 21 de julho revelou que 39% dos eleitores acreditam que os meios de comunicação têm feito uma cobertura sensacionalista. Outros 21% acham que a mídia destaca as notícias sobre o caso por "interesses próprios".
Na realidade, a circulação dos grandes jornais pouco se beneficiou do escândalo: a da Folha aumentou de uma média diária de 312.204 exemplares em maio (quando surgiram as primeiras denúncias sobre fraude nos Correios) para 313.417 exemplares diários em junho -mês em que o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) revelou, na própria Folha, que o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pagava dinheiro a deputados da base aliada por intermédio do publicitário Marcos Valério de Souza.
A variação (de 1.213 exemplares) corresponde a um aumento de 0,4% sobre a circulação paga da Folha em maio -taxa levemente superior ao crescimento médio dos jornais listados no quadro acima (0,3%). No caso de "O Globo", do "Estado de Minas" e do "Correio Braziliense", a circulação chegou a cair um pouco.
O impacto limitado do noticiário referente à crise política sobre a circulação resulta do fato de que a venda em banca -que reflete de imediato o interesse despertado pelo escândalo- tem hoje uma participação minoritária na comercialização dos grandes jornais. Os assinantes representam 88% dos compradores da Folha, 86% do "Estado" e 83% do "Globo". Por isso um aumento na venda avulsa pesa pouco na circulação num primeiro momento.
Embora pequeno, esse crescimento mostra que os jornais são considerados fontes de informação completas (segundo 47% dos entrevistados pelo Datafolha) e sérias (na opinião de 45%).


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