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"MENSALÃO"
Dirceu cita "armação" para desmoralizá-lo
DA REDAÇÃO
Leia a seguir a íntegra da nota
em que o ex-ministro e deputado
José Dirceu (PT-SP) contesta reportagem da revista "Veja" e nega
que Roberto Marques tenha sido
autorizado a sacar dinheiro de
contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza:
![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Com repúdio e indignação vejo
mais uma iniciativa da revista "Veja"
para enxovalhar meu nome, em uma
tentativa anti-republicana de construir um clima de prejulgamento. A
edição desta semana desenrola uma
série de mentiras com o objetivo nefasto de me desmoralizar perante a
opinião pública no momento em que
prestarei ao Conselho de Ética da Câmara esclarecimentos, como testemunha, no processo contra o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), acusado pelo PL de ter faltado com o decoro parlamentar.
A reportagem de capa ("O risco
Dirceu") é totalmente improcedente.
Repilo absolutamente a afirmação de
que estaria mandando "recados
ameaçadores" ao governo e contesto
taxativamente a suposição de que Roberto Marques, que é meu amigo e
não meu assessor, tenha sido autorizado a sacar dinheiro das contas de
empresas do senhor Marcos Valério.
Desde que foi instalada a CPI dos
Correios, o esforço para me envolver
nas ilicitudes investigadas tem sido
enorme. Da obstinação em quebrar
meu sigilo bancário, fiscal e telefônico
à persistência em pressionar depoentes com o objetivo de me incriminar.
Com tais esforços frustrados, partiram para a plantação de informações
falsas que induzissem a imprensa a
publicar notícias incorretas para me
constranger. Na semana que passou,
jornalistas receberam supostas informações vazadas de minhas contas
bancárias. Em um dos casos, havia
uma série de pequenos créditos lançados desde o início de 2003, somando
cerca de R$ 230 mil. A suspeita dos investigadores, trazida a mim pelo jornalista, é que os depósitos teriam
sido feitos por 30 empresas e entidades, entre elas o PMDB, a Unafisco
Sindical, o Centro Radiológico de
Brasília e a Associação Obras Sociais
Irmã Dulce.
Ao verificar os lançamentos, constatei que se tratavam dos créditos referentes à minha remuneração mensal, paga pela Câmara dos Deputados.
Com o esclarecimento, o jornalista
desistiu da publicação. Em outra ocasião, solicitaram explicações para
quatro lançamentos de crédito totalizando cerca de R$ 300 mil em minhas
contas. Em novo levantamento, verifiquei que a conta informada pelo jornalista não estava na relação de todas
as contas correntes ativas e inativas
que já possuí.
Novamente, com a suspeição das
informações vazadas, o outro jornalista preferiu não publicar a reportagem. A revista "Veja", no entanto, não
seguiu o mesmo padrão de comportamento. Mesmo depois de ser informada pelo deputado Carlos Abicalil
(PT-MT) de que tinha recebido um
documento sob suspeição da CPMI,
insistiu na publicação de uma versão
distorcida, alinhada com a conveniência dos que querem me transformar em réu de um Tribunal de Exceção, mesmo ao custo de uma armação
sórdida.
Deputado José Dirceu (PT-SP)
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