São Paulo, Sábado, 31 de Julho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo reestrutura coordenação

da Sucursal de Brasília

Às vésperas de o Congresso retomar suas atividades, o que acontece na segunda-feira, o governo definiu como funcionará a sua estrutura de coordenação política e administrativa para tentar escapar da "zona cinzenta" que vinha paralisando o governo.
A tarefa de coordenação política ficará mesmo dividida entre a Secretaria Geral da Presidência, ocupada pelo deputado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e o ministro Pimenta da Veiga (Comunicações), também do PSDB.
Aloysio será uma espécie de "filtro" do presidente Fernando Henrique Cardoso. Caberá a ele atender parlamentares e demais setores da sociedade que tenham demandas no governo e no Planalto. Também caberá a ele falar em nome do governo e da Presidência, como instituição.
O porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, só entrará em ação quando precisar falar em nome de Fernando Henrique.
O ministro Pimenta da Veiga ficará com a parte de articulação político-partidária, de acompanhar as votações no Congresso e de negociar pontos de projetos com as bancadas.
A Casa Civil, que vinha até agora desempenhando parte de todas essas tarefas, ficará voltada apenas para tratar de assuntos do Planalto com os demais setores e órgãos da administração federal. Assim, o ministro Pedro Parente falará "para dentro" do governo, enquanto Aloysio falará "para fora, para a sociedade".
"Toda essa atribuição institucional sempre terá uma "zona cinzenta", que terá de ser trabalhada com entrosamento e entendimento", disse ontem Parente, ao comentar as dificuldades do PMDB em aceitar Pimenta como coordenador político.
"Neste governo, que é de coalizão, nós precisamos aproveitar todas as condições que possam dar uma contribuição para a articulação política. Eu não tenho dúvida de que isso vai funcionar, pois o presidente está fazendo reuniões periódicas exatamente para que possamos ter as pessoas trabalhando na mesma direção."
A medida provisória 1911-8, que organiza o governo, faz a troca de algumas atribuições dos ministérios. Entre as mais importantes, está o fato de o Ministério da Agricultura voltar sua atenção para as médias e grandes propriedades e para o agrobusiness. As pequenas propriedades passam a ser cuidadas pelo Ministério de Política Fundiária.
Pedro Parente também disse que, apesar de o novo Ministério da Integração Regional administrar os recursos dos fundos constitucionais do Norte e do Nordeste, os bancos regionais continuarão sob responsabilidade administrativa do Ministério da Fazenda. (WILLIAM FRANÇA)

Texto Anterior: Funcionalismo: Governo volta a discutir teto salarial
Próximo Texto: Filhos de Calheiros brigam e ferem um
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.