UOL

São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OUTRO LADO

Secretário diz que ministro teve autonomia para compor a pasta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Gastão Wagner, informou que o ministro Humberto Costa teve total autonomia para escolher os seis secretários que compõem a cúpula de sua assessoria. "No dia seguinte que o Humberto foi convidado para assumir o ministério, ele ligou para mim e para o Jorge Solla", contou Wagner. Os secretário, segundo Wagner, receberam carta branca para escolher seus diretores de departamento.
Wagner disse também ter sido informado pelo ministro que, entre os critérios de nomeação, estava o comprometimento político. Humberto Costa lhe teria dito também que aquela seria uma oportunidade de montar uma equipe identificada com o Sistema Único de Saúde. O adjunto de Costa disse desconhecer interferências ou pressões de quem quer que seja para nomear pessoas que tenham apenas compromisso político, sem preparo técnico. Reconhece, no entanto, que algumas pessoas têm mais experiência acadêmica do que gerencial.
Gastão Wagner considera a crise do Inca (Instituto Nacional do Câncer) um caso isolado. Disse que o ministério agiu rapidamente ao saber do problema.
Como exemplos de competência da equipe, ele cita o fato de a Saúde ser o ministério que fez mais investimentos em toda a Esplanada, prova, na sua opinião, de que os projetos estão sendo tocados. Dos R$ 620 milhões previstos no Orçamento para este ano, já foram gastos R$ 399 milhões até este mês. A conta não inclui custeio -a verba usada para manter a máquina administrativa.
Wagner ressaltou algumas ações: o reajuste de 30% no valor repassado para os municípios que têm o Programa de Saúde da Família, a mais importante ferramenta de prevenção de doenças do país; a ampliação deste mesmo programa para novos 236 municípios; a elevação do valor das consultas especializadas de R$ 2 para R$ 7 para os hospitais da rede pública (o aumento só beneficiava os hospitais privados conveniados ao SUS).
A Folha consultou três secretarias de Estado da Saúde (São Paulo, Minas e Rio de Janeiro) para saber se a politização do Ministério da Saúde gerou descontinuidade em algum programa que dependa do Ministério da Saúde. Todos deram resposta negativa.


Texto Anterior: Plantão médico: Governo loteia cargos de direção da Saúde
Próximo Texto: Biblioteca Folha: "A Revolução dos Bichos" chega às bancas no próximo domingo
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.