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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA
Costa Neto quer Rodrigues no comando da sigla no Rio, o que contraria o candidato Crivella
Volta de ex-bispo ameaça aliança entre PL e Universal
ELVIRA LOBATO
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O PL e a Igreja Universal do Reino de Deus tendem a romper no
Rio a aliança que, há dois anos, resultou na eleição ao Senado do
bispo Marcelo Crivella, atual candidato a prefeito do Rio pelo partido e sobrinho do fundador e líder maior da Universal, bispo
Edir Macedo.
Crivella e o presidente nacional
do PL, deputado federal Valdemar Costa Neto (SP), estão rompidos. Costa Neto diz que a campanha de Crivella é feita de modo
equivocado e lamenta a falta do
deputado federal Carlos Alberto
Rodrigues, ex-bispo da Universal.
Rodrigues foi afastado pela igreja por ter sido citado como envolvido com Waldomiro Diniz, ex-assessor da Presidência e suspeito
de ter recebido propina de empresários de jogos quando presidiu
no Rio a Loterj, em 2001 e 2002.
Após o escândalo, o deputado
perdeu até a condição de bispo.
Ontem, à Folha, Costa Neto disse que Rodrigues voltará a presidir o PL no Estado, queiram ou
não a Universal e Crivella, presidente desde que o ex-bispo saiu.
Se a volta do ex-bispo se concretizar, a Folha apurou que Crivella
e os dois deputados estaduais a ele
ligados, Léo Vivas e Caetano
Amado, poderão deixar o PL.
"A Igreja Universal não tem vocação para a política. Tem uma
vocação religiosa muito forte e está se dando muito bem nisso.
Quem coordenava a política da
igreja sempre foi o Rodrigues, e
coordenava bem. Como eles tiveram problemas com o Rodrigues,
tiraram-no do comando político
da igreja. Isso é problema deles.
Mas ele voltará para o comando
do Rio após as eleições. Só não
volta se não quiser", disse Costa
Neto, para quem o afastamento
"está prejudicando o partido e a
candidatura do Crivella", que
"não tem tempo para fazer tudo".
Segundo Costa Neto, ao partido
interessa ter "um comando político no Rio que não tenha nada a
ver com a Igreja Universal".
"Ele [Rodrigues] tinha ligação
com a igreja e cumpria suas obrigações [com o partido]. Conduzia
o partido com talento no Rio.
Agora, estamos prejudicados,
porque não temos no comando
político uma pessoa que se dedique a isso e entenda de política",
disse, referindo-se a Crivella.
Rodrigues, que não foi localizado ontem pela Folha, logo após a
divulgação do caso Waldomiro,
procurou Costa Neto e pediu para
deixar a presidência regional do
partido. A cúpula da Universal já
fizera o mesmo pedido.
"Crivella veio trazer uma mensagem da igreja, que o pessoal
queria que tirasse o bispo Rodrigues. Eu falei que não tirava. Aí o
Rodrigues veio me pedir para sair
até outubro. Como eu não queria
ser um empecilho...", afirmou ele.
"O que importa para mim é prestigiar os companheiros do partido
e, em primeiro lugar no Rio, está o
Rodrigues", disse Costa Neto.
A assessoria de Crivella afirmou
que ele não falaria sobre o caso.
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