São Paulo, Terça-feira, 31 de Agosto de 1999
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SECA
Inpe vê Estado de Pernambuco em situação crítica
Nordeste deve ter estiagem agravada

da Folha Vale

Está chovendo menos do que o normal no Nordeste e, de acordo com a meteorologia, o volume de chuvas não deve aumentar. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Estado em situação mais crítica é Pernambuco.
Os Estados da faixa leste do Nordeste do país registraram uma queda de até 51,5% na média histórica do volume de chuva verificado em julho. Em algumas cidades pernambucanas, o déficit chega a 80%.
O fator que está influenciando a redução do índice pluviométrico na estação chuvosa do Nordeste -Zona da Mata (faixa litorânea) e região semi-árida- é a temperatura do oceano Atlântico.
No ano passado, o fator de influência da seca foi o El Niño (fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento das águas superficiais do Pacífico).
"Para que a estação seja chuvosa, o Atlântico Tropical Norte (região próxima à costa africana) deve ter temperatura mais fria, mas este ano está mais quente que o normal", disse Gilvan Sampaio, meteorologista do CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, ligado ao Inpe).
Para amenizar o efeito da seca em 98, o governo distribuiu, só em maio, 1,370 milhão de cestas básicas. No segundo semestre, a distribuição foi ampliada.
Segundo o órgão, historicamente, as chuvas costumam ocorrer nesta época somente no litoral, nos Estados que compreendem a Zona da Mata.
O período chuvoso ocorre entre abril e agosto. Em João Pessoa (PB), a média histórica de chuvas registrada em julho é de 290,2 mm. Neste ano, o índice ficou em 140,6 mm.
Já em Recife (PE), o normal é chover cerca de 385,6 mm em julho, mas a quantidade registrada no mês passado foi de 261,4 mm.
Os dados referentes a este mês ainda não foram concluídos, mas o CPTEC prevê que a região não vá atingir os índices normais.
"De maio para cá, o índice de precipitações tem sido menor. Como a época de chuvas está chegando ao fim, é provável que a região não consiga atingir a média normal", afirmou o meteorologista Christopher Alexander Cunningham Castro.


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