São Paulo, Domingo, 31 de Outubro de 1999 |
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Não convém brigar, diz diretor do DNER
da enviada especial
Folha - Há uma série de pagamentos sendo feitos no DNER
com o dinheiro destinado a precatórios e que na realidade são
acordos extrajudiciais. Folha - Este ano vocês pagaram, pelos tribunais, precatórios de 1996. Não foi pago ainda
nenhum precatório de 1997 e
nenhum de 1998. A não ser
aqueles que conseguiram fazer
acordo. Folha - Mas por quê? Folha - Dez por cento é vantagem? Folha - Vários advogados dizem que dão desconto até de
50%, se também tiverem a possibilidade de receber um precatório do DNER. Folha - Mas, veja bem, é o sr.
quem autoriza o pagamento. Se
o sr. sabe que existe uma fila
enorme de gente para receber e
alguns dão um desconto só de
10%, sr. não percebe que é um
desconto pequeno? Folha - Quer dizer que a procuradoria manda no dinheiro do
DNER? Folha - Ela tem essa autonomia? Folha - Mas então não há controle nenhum? Os procuradores
fazem o que eles querem? Folha - Eles têm autonomia jurídica, mas não para ordenar os
pagamentos. O sr. não pode
contestar a procuradoria? Folha - O ministro do STF Celso de Mello diz que esses acordos são ilegais. A diretora do
TRF, Leila Peixoto, diz que isso é
ilegal, imoral. Folha - Mas o sr. não percebe
nada? Porque são grandes valores. Não é um precatoriozinho
qualquer que sr. está pagando.
O sr. foi colocado aqui como
uma pessoa que tem a confiança total do ministro. É para justamente aprovar ou negar esses
pagamentos. Folha - Mas por que não enfrentar isso? Folha - Por quê? Folha - Não. |
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