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SAÚDE
Governador foi submetido ontem a procedimento para desentupir coronária e ter condições para depois extrair tumor
Covas deve ser operado daqui a 15 dias
SANDRA BRASIL
DA REPORTAGEM LOCAL
Os médicos não sabem exatamente o que vão encontrar durante a cirurgia para a retirada do
tumor maligno localizado entre o
intestino e a bexiga do governador de São Paulo, Mário Covas.
Segundo David Uip, que é o médico particular de Covas, essa cirurgia não acontecerá antes do
dia 13 de novembro.
Há duas semanas, foi diagnosticado a recidiva de câncer no governador. Em 1998, ele foi submetido a uma cirurgia para a retirada
da doença na bexiga.
"O que nós pudemos ver é que
era um tumor pequeno de dois
centímetros, mas nenhum de nós
sabe o que vai encontrar na cirurgia. Ele vai para uma cirurgia que
pode ser de tempo variado, de extensão variada, a partir do que se
encontrar na hora", afirmou Uip.
Uip explicou que 15 dias é o
tempo mínimo de segurança para
que o coração do governador
consiga se adaptar à prótese -
"stent"- que foi colocada ontem
na artéria coronária descendente
anterior, localizada do lado esquerdo do coração (veja quadro).
Na manhã de ontem, Covas foi
submetido a uma angiografia
(exame para verificar a situação
do coração) e uma angioplastia
para desobstruir a coronária.
A coronária estava com um percentual de obstrução por gordura
de 98%, segundo o cardiologista
de Covas, Wady Hueb. O procedimento inteiro durou 25 minutos.
O governador passa bem e a sua
alta poderá acontecer amanhã,
dependendo da sua recuperação.
O governador está internado no
Incor (Instituto do Coração) desde a noite do último domingo.
Segurança
O cardiologista Wady Hueb disse que a angioplastia foi feita ontem para diminuir o risco de o governador sofre um infarto cardíacos durante a cirurgia abdominal.
"Sabemos que ele tem um tumor maligno, mas que ele tem
também uma doença coronariana que deve ser cuidada com todo
zelo. Pesando o risco de benefício
desse procedimento e do próximo, nós estamos optando por
uma cirurgia não tão imediata
mas com mais segurança" afirmou o infectologista David Uip.
Segundo Uip, a cirurgia será feita para tirar o tumor que provoca
dor e incomoda Covas. O outro
objetivo será fazer uma avaliação
oncológica do local cirúrgico. "Só
conseguimos saber da recidiva da
doença por meio das biópsias. Os
exames visuais mais modernos
não captaram o tumor."
Tanto a angiografia como a angioplastia foram feitas por um catéter introduzido pela artéria femural direita, com um corte de
cinco milímetros na virilha direita
do governador. O mesmo catéter
foi o responsável pela colocação
do "stent" (uma prótese de 18 milímetros de comprimento por 3,5
milímetros de diâmetro) na artéria para mantê-la desobstruída.
Covas foi sedado para a realização do procedimento. De acordo
com David Uip, ele não sentiu e
não está sentindo dor.
O governador está em observação em apartamento, no sexto andar do Incor. A alimentação dele é
normal. "Está tão bem que já comeu até banana assada e vai almoçar", afirmou Uip no início da
tarde de ontem. Segundo ele, existe 1% de risco de um coágulo prejudicar o "stent". Covas vai tomar
medicação anticoagulante até a
cirurgia abdominal.
Quando deixar o hospital, segundo Uip, Covas poderá retomar sua rotina normal de trabalho até a data ainda não marcada
da cirurgia para a retirada do tumor.
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