São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2000

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SÃO PAULO
Presidente nacional da sigla, deputado José Dirceu, diz que "última palavra cabe ao Executivo" e afirma que crises de administrações anteriores não se repetirão
PT diz que não vai intervir na gestão Marta

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu, disse ontem que o partido não vai interferir na administração de Marta Suplicy em São Paulo nem nas gestões petistas em outras cidades.
Segundo ele, as decisões nos municípios caberão ao Executivo. "Faz parte do nosso regimento que a última palavra cabe ao chefe do Executivo. As decisões são tomadas pela administração de maneira autônoma e independente do partido", afirmou Dirceu.
Nas palavras do líder petista, "o partido não pode ficar administrando a cidade". "Quem administra é a prefeita e o secretariado. Em matéria de decisões, a última palavra cabe a quem exerce o mandato popular", afirmou.
As declarações do presidente nacional do partido foram motivadas por perguntas de jornalistas a respeito das crises entre governo e partido em administrações anteriores em Campinas e São Paulo -de Jacó Bittar e Luiza Erundina, respectivamente, que administraram as cidades de 1989 a 1992.
"Vocês retomam questões de 12 anos atrás, mas, se observarem os últimos oito anos, verão que é uma questão que não tem vindo à tona", rebateu José Dirceu.
A prefeita eleita Marta Suplicy, que afirmou ontem nunca ter entrado no Palácio das Indústrias (sede do governo paulistano), voltou a defender um secretariado "amplo", que ultrapasse os limites do PT. "Mas não será um governo de coalizão nem será baseado em "toma lá, dá cá"."
Em sua fala, a petista reafirmou sua disposição de iniciar imediatamente a renegociação das dívidas da cidade com a União, posição apoiada pelo partido.
"Os prefeitos têm que ter relação com o governo federal, mas continuamos sendo oposição", afirmou José Dirceu, dizendo que a bancada petista não vai se submeter às posições do governo no Congresso Nacional para facilitar a negociação dos municípios.
O líder petista Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a postura do governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB). "Temos de reconhecer que o gesto do Covas foi talvez até maior que o nosso gesto em 1998 (quando o PT apoiou o governador no segundo turno)."
Sentado ao lado de Marta na entrevista coletiva convocada pelo PT, Lula a parabenizou por ter conseguido "manter a serenidade" ao debater com Paulo Maluf, a quem chamou de "troglodita".
"Ele (Maluf) perdeu a possibilidade de se eleger para um cargo majoritário em São Paulo, está isolado, o discurso dele é o retrocesso", disse Dirceu.


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