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SÃO PAULO
Presidente nacional da sigla, deputado José Dirceu, diz que "última palavra cabe ao Executivo" e afirma que crises de administrações anteriores não se repetirão
PT diz que não vai intervir na gestão Marta
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do PT,
deputado José Dirceu, disse ontem que o partido não vai interferir na administração de Marta Suplicy em São Paulo nem nas gestões petistas em outras cidades.
Segundo ele, as decisões nos
municípios caberão ao Executivo.
"Faz parte do nosso regimento
que a última palavra cabe ao chefe
do Executivo. As decisões são tomadas pela administração de maneira autônoma e independente
do partido", afirmou Dirceu.
Nas palavras do líder petista, "o
partido não pode ficar administrando a cidade". "Quem administra é a prefeita e o secretariado.
Em matéria de decisões, a última
palavra cabe a quem exerce o
mandato popular", afirmou.
As declarações do presidente
nacional do partido foram motivadas por perguntas de jornalistas
a respeito das crises entre governo
e partido em administrações anteriores em Campinas e São Paulo
-de Jacó Bittar e Luiza Erundina,
respectivamente, que administraram as cidades de 1989 a 1992.
"Vocês retomam questões de 12
anos atrás, mas, se observarem os
últimos oito anos, verão que é
uma questão que não tem vindo à
tona", rebateu José Dirceu.
A prefeita eleita Marta Suplicy,
que afirmou ontem nunca ter entrado no Palácio das Indústrias
(sede do governo paulistano),
voltou a defender um secretariado "amplo", que ultrapasse os limites do PT. "Mas não será um
governo de coalizão nem será baseado em "toma lá, dá cá"."
Em sua fala, a petista reafirmou
sua disposição de iniciar imediatamente a renegociação das dívidas da cidade com a União, posição apoiada pelo partido.
"Os prefeitos têm que ter relação com o governo federal, mas
continuamos sendo oposição",
afirmou José Dirceu, dizendo que
a bancada petista não vai se submeter às posições do governo no
Congresso Nacional para facilitar
a negociação dos municípios.
O líder petista Luiz Inácio Lula
da Silva elogiou a postura do governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB). "Temos de reconhecer que o gesto do Covas foi talvez
até maior que o nosso gesto em
1998 (quando o PT apoiou o governador no segundo turno)."
Sentado ao lado de Marta na entrevista coletiva convocada pelo
PT, Lula a parabenizou por ter
conseguido "manter a serenidade" ao debater com Paulo Maluf,
a quem chamou de "troglodita".
"Ele (Maluf) perdeu a possibilidade de se eleger para um cargo
majoritário em São Paulo, está
isolado, o discurso dele é o retrocesso", disse Dirceu.
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