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SÃO PAULO
Pepebista não admite publicamente, mas dentro do partido já há consenso de que
a disputa pelo governo estadual, na sucessão de Covas, é a que tem maior chance de vitória
Maluf quer escrever a história do Estado
PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato derrotado do PPB
à Prefeitura de São Paulo, Paulo
Maluf, publicamente não fala sobre seu futuro político, mas deixa
escapar sua verdadeira intenção
de disputar o governo do Estado
em 2002, quando, empolgado,
discursa sobre sua ""vitória" na
eleição de anteontem.
""Sou candidato a continuar escrevendo a história deste Estado,
se o eleitor me der a oportunidade", disse à Folha, tentando esquivar-se de uma análise sobre o
efeito da administração Celso Pitta (PTN) em sua derrota.
Questionado sobre a sucessão
do governador Mário Covas
(PSDB), mais uma vez procura
desconversar.
""Em 2002, teremos eleição para
deputado estadual, federal, senador, governador, vice-governador, presidente e vice-presidente.
Sete hipóteses. O partido vai definir em que posição desse time eu
vou jogar", diz ele, líder absoluto
do PPB desde 84, quando recebeu
a indicação da sigla para concorrer à Presidência da República.
Embora a votação para a prefeitura tenha animado alguns malufistas a defender a idéia de que o
ex-prefeito se lance ao Palácio do
Planalto, há hoje quase um consenso dentro da legenda de que
suas maiores chances estão na
disputa pelo governo estadual.
Pepebistas próximos ao candidato derrotado afirmam que até
mesmo Maluf, apesar do sonho
de suceder Fernando Henrique
Cardoso, admite que ""é hora de
manter os pés no chão".
O próximo passo para 2002,
afirmam, é dar continuidade à
reaproximação entre PPB e PFL.
Embora em 98 os dois partidos
tenham disputado juntos o governo, este ano o PFL do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA)
preferiu lançar candidato próprio
à prefeitura, diante do desgaste do
malufismo provocado pelas denúncias de corrupção na administração de Pitta.
A declaração de apoio do presidente da legenda, Jorge Bornhausen, a Maluf na semana passada
foi comemorada pelo PPB e interpretada dentro do partido como
mais um sinal de que a ""reconciliação" eleitoral é viável.
As conversas nesse sentido, segundo a Folha apurou, acontecem desde o segundo turno.
Os pepebistas afirmam que, entre as vantagens de ter o PFL como aliado, está o tempo do partido na televisão. Avaliam que a
eleição deste ano deixou ainda
mais evidente o peso do horário
eleitoral gratuito na disputa, já
que, com um tempo de TV igual
ao da petista Marta Suplicy no segundo turno, Maluf conseguiu
subir nas pesquisas de intenção
de voto.
Isolado, o PPB teve no primeiro
turno menos de três minutos de
propaganda, perdendo em permanência na mídia para os adversários PFL e PSDB.
Do lado do PFL, dizem os malufistas, há o interesse de estabelecer
uma base eleitoral em São Paulo e
de criar uma alternativa de aliança ao atual acordo que a sigla
mantém com o PSDB do presidente da República.
Para que o entendimento nacional seja bem-sucedido, seria imprescindível uma coligação em
São Paulo.
Até o começo do próximo ano,
quando deve começar suas visitas
pelo interior do Estado, Maluf, de
olho em 2002, dizem, deverá se
dedicar à montagem de sua equipe para a eleição.
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