São Paulo, quarta-feira, 31 de outubro de 2001

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Foi adulterada a agenda, diz APS

DA SUCURSAL DO RIO

O lobista Alexandre Paes dos Santos, conhecido como APS, diz que sua agenda foi adulterada após ser apreendida pela Polícia Federal e que espera instruções de seu advogado para reagir a isso.
Segundo ele, a agenda recebeu anotações adicionais, com registros de telefonemas que ele não fez, além de terem desaparecido suas páginas finais -onde haveria anotações, por exemplo, sobre o ministro José Serra.
É nessa agenda que consta um jantar, em 14 de agosto, entre o presidente do laboratório Novartis no Brasil, Andreas Strakos, e Renílson Rehen, secretário nacional de Assistência à Saúde.
Na ocasião, Santos representava o laboratório em Brasília e diz que levou Strakos até o restaurante Trastevere, onde iria encontrar-se com Rehen. "O Strakos disse que o local era aquele a pedido de Rehen, pois seria ali que o secretário costumava conversar com empresários", afirma.
Dois dias após o jantar, diz o empresário, Strakos teria lhe dito que o encontro não fora bom para os interesses da Novartis. Foi em agosto, enfatiza Santos, que o laboratório fechou o preço de US$ 1.620 para venda ao Ministério da Saúde da dose mensal do remédio Glivec, comercializado no mercado internacional a US$ 2.400.
A redução de custos do Glivec, considerado de grande eficiência contra um tipo de leucemia, teria sido possível pelo abatimento dos custos de distribuição e dos lucros das farmácias, diz Santos.
Strakos e dois diretores do laboratório prestaram ontem depoimento sigiloso na Polícia Federal de São Paulo.


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