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JUDICIÁRIO
Reforma pode mudar regra de precatórios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A proposta de reforma do Poder Judiciário, a ser apresentada
hoje pelo senador Bernardo Cabral (PFL-AM), muda as regras de
pagamento de precatórios (dívidas reconhecidas pela Justiça) beneficiando o credor e institui juizados de instrução para os crimes
contra o sistema financeiro, a ordem tributária, a administração e
o patrimônio públicos.
Pelas novas regras, os pagamentos devidos por União, Estados,
Distrito Federal, municípios e
suas respectivas autarquias e fundações públicas, em virtude de
decisão judicial definitiva, serão
feitos em dez parcelas mensais,
mediante apresentação de títulos
sentenciais emitidos pela Justiça.
Hoje, o prazo é de dez anos.
Segundo a proposta, os títulos
sentenciais equivalerão a uma nova moeda, podendo ser negociados no mercado. Na liquidação,
feita por bancos autorizados em
datas previamente definidas, haverá acréscimo de juros de mercado e atualização monetária.
Cabral, relator da reforma na
CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça), prevê que as maiores resistências partirão do governo.
Segundo ele, o projeto de Orçamento da União para 2002 -que
está para ser aprovado pelo Congresso- destina R$ 1,5 bilhão só
para pagamento de precatórios.
Cabral propõe a criação dos juizados de instrução especializados
em crimes contra a ordem tributária e a econômica, o sistema financeiro, a administração e o patrimônio públicos, como evasão
fiscal e lavagem de dinheiro.
A reforma tramitou na Câmara
por dez anos e está no Senado
desde junho de 2000. O parecer de
Cabral não será aprovado hoje.
Deve haver pedido de vista.
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