São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 2002

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Reunião da Defesa não trata de caças

SANDRO LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A primeira reunião do Conselho de Defesa Nacional realizada após as eleições não terá em sua pauta oficial a licitação do programa FX da FAB (Força Aérea Brasileira) para a compra de caças. Os assuntos tratados serão a compra de 12 aeronaves de transporte e de radares de bordo para vigilância, busca e salvamento.
O Ministério da Defesa informou que será convocada uma reunião para tratar exclusivamente da compra dos caças que irão substituir os Mirage III E -lotados na Base Aérea de Anápolis (GO)- com a participação de um representante do PT.
Apesar de não fazer parte da pauta da reunião, a compra dos caças será tratada informalmente. Disputam a licitação de US$ 700 milhões os caças russos Sukhoi Su-35 e MiG-29, o anglo-sueco Gripen, o norte-americano F-16 e o francês Mirage-2000BR.
FHC adiou a escolha do vencedor para que fosse definida em conjunto com o presidente eleito. Outro motivo foi evitar especulações em torno do assunto, tais como lobby dos consórcios por meio de militares da reserva e acusações de favorecimento.
O resultado da concorrência, que começou há mais de um ano, deveria ter sido divulgado em maio. Segundo a Aeronáutica, houve atraso por causa das alterações nas propostas apresentadas pelos cinco consórcios, que passaram a incluir, além da parte técnica, as contrapartidas comerciais.

Radares
Na reunião de hoje, será escolhida o vencedor na seleção feita para equipar com radares de bordo para vigilância, busca e salvamento os oito aviões P-3 Orion, que tomarão o lugar dos antigos Bandeirantes Patrulha P-95.
Para a aquisição, a Aeronáutica reservou US$ 300 milhões, mas parte dos recursos já foi gasta na compra dos P-3 Orion, da Marinha dos EUA, que vão patrulhar a costa, participar de missões de busca, salvamento e vigilância de atividades ilícitas, como narcotráfico e contrabando. Também vão apoiar a Marinha e o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
As aquisições analisadas hoje fazem parte do Programa de Fortalecimento do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, aprovado por FHC em 2000, com preço estimado de US$ 2,8 bilhões.
Participam da reunião FHC, o vice-presidente Marco Maciel, o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), o presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), o ministro da Defesa, Geraldo Quintão e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, além dos ministros Celso Lafer (Relações Exteriores), Paulo de Tarso (Justiça) e Guilherme Dias (Planejamento).



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