São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / DIA DA VITÓRIA

No discurso da vitória, Lula reúne velhos e novos aliados

Composição da mesa do presidente prestigiava ministros e incluía aceno ao PMDB

Entre estrelas ascendentes, estavam presentes os petistas Jaques Wagner e Marta Suplicy, cotada para comandar um ministério

DA REPORTAGEM LOCAL

Na primeira aparição pública como presidente reeleito, Luiz Inácio Lula da Silva posou para as câmeras na noite de domingo ao lado de ministros e petistas que foram peças fundamentais no processo eleitoral. Lula, porém, já começou a fazer gestos a auxiliares e novos aliados para o segundo mandato.
O presidente deixou claro que não pretende reduzir o número de ministérios. "Essa estrutura deu tanto resultado que nós ganhamos as eleições." Lula dirigiu-se diretamente a movimentos sindicais e sociais. Não por acaso, os ministros Matilde Ribeiro (Igualdade Racial), Paulo Vanucchi (Direitos Humanos) e Nilcéa Freire (Políticas para as Mulheres) estavam no domingo ao lado do presidente e foram prestigiados por ele.
Ao seu lado direito, Lula reservou uma cadeira para o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, que conseguiu uma vitória surpreendente e faz uma ponte para Lula ampliar apoios no PMDB.
A ex-prefeita Marta Suplicy é outra que integra a lista preferencial do séquito presidencial. De fato, a petista cresceu politicamente, sobretudo com a redução significativa da desvantagem em São Paulo. Do primeiro para o segundo turno, Lula conseguiu no Estado 2.592.909 votos a mais. Marta teria estatura política para compor um próximo governo, mas tudo depende de seu projeto político de 2008.
Entre os fiéis escudeiros, Lula encerrou a campanha ao lado de Marco Aurélio Garcia (presidente interino do PT) e dos ministros Luiz Marinho (Trabalho), Dilma Rousseff (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Tarso Genro (Relações Institucionais). Todos devem permanecer como auxiliares de Lula num segundo mandato, mesmo que não sejam ministros.
A incógnita é a manutenção no governo de Bastos , que manifestou vontade de voltar à iniciativa privada. Garcia poderá ocupar uma embaixada e Dulci é cotado para presidir o PT.
O presidente já fez os primeiros gestos ao PMDB. Colocou à mesa o governador reeleito do Tocantins, Marcelo Miranda. Lula prestigiou, ainda Vitor Paulo, presidente do PRB, partido do vice-presidente José Alencar, ponte usada pelo presidente para chegar ao eleitorado evangélico.
O presidente do PC do B, Renato Rabelo, também estava no entorno do presidente. Havia ainda um espaço para o presidente do PRTB, Levy Fidélix, aliado do ex-presidente Fernando Collor. (MALU DELGADO)


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