São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2006

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Timóteo dá o tom em festa sem mensaleiros

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

A freqüência nos quartos e salões do hotel InterContinental, base da festa da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, anteontem à noite, em São Paulo, ajuda a compor um painel do PT pós-eleições.
Os aliados em ascensão celebraram com o presidente reeleito na suíte presidencial. Outros com menor prestígio foram ao hotel, mas ficaram quase isolados de Lula. E houve também ausências gritantes.
Dos petistas acusados de participação do mensalão ou do dossiegate, só um apareceu, o deputado federal reeleito José Mentor. Acompanhado dos também eleitos Jilmar Tatto, Devanir Ribeiro e Cândido Vaccarezza, passou por um constrangimento antes de entrar no salão onde Lula falou. O grupo estava sem o adesivo de convidados. Os petistas se impacientaram e quiseram entrar sem identificação, mas foram impedidos por seguranças. Um assessor da Presidência interveio para que passassem.
Na comemoração de Lula há quatro anos, o mesmo hotel recebeu José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Sílvio Pereira, João Paulo Cunha e Ricardo Berzoini. Nenhum deu as caras anteontem. Genoino e Delúbio foram à festa na avenida Paulista, mas ficaram na rua.
O presidente chegou ao hotel no fim da tarde e ficou lá até 22h, quando foi para a Paulista, ali perto. No dúplex de 300 m2, com três suítes, estiveram apenas familiares, ministros e auxiliares próximos de Lula.
Ele permaneceu quase o tempo todo na sala de reuniões da suíte, recebendo telefonemas e saudações. Conversou longamente com o marqueteiro João Santana. Com força no PT pós-eleições, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, falou com a mãe ao telefone e o passou a Lula: "Presidente, dá um beijo na minha mãe".
Aos aliados não-VIPs foi reservada uma sala no subsolo do hotel. Por lá passaram parlamentares, como a senadora Ideli Salvatti e o cantor e vereador Agnaldo Timóteo (PL). O novo aliado de Lula foi uma atração à parte. Com um camisão estampado, levantou-se e gritou, pouco antes de o petista discursar: "Viva o presidente Lula!" Depois, ao microfone, puxou um "Parabéns a Você".
Ao sair da Paulista, Lula e Marisa voltaram para São Bernardo. Seus filhos ficaram para dormir na suíte presidencial.
O PT reservou todo o 20º andar -além da suíte, mais cinco quartos-, a sala do subsolo e o pavimento executivo onde foi feito o pronunciamento.
A Folha apurou que os gastos foram de cerca de R$ 20 mil. A conta, como ocorre com clientes empresariais, será enviada ao PT em até 15 dias.


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