São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / POLÍTICA EXTERNA

Bush deve ligar hoje para parabenizar Lula

Departamento de Estado diz que "trabalha bem" com líder brasileiro; reeleição era a opção preferida pela Casa Branca

Susan Schwab, responsável no governo americano pelas negociações comerciais com o Brasil, não comenta a reeleição de presidente

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, deve ligar ainda hoje para Luiz Inácio Lula da Silva para cumprimentá-lo pela reeleição.
"A Casa Branca dá os parabéns ao presidente Lula e espera trabalhar com ele no futuro", é por enquanto a declaração extra-oficial do governo, dada à Folha por um funcionário do gabinete do republicano que pediu para não ser identificado porque o telefonema oficial ainda não havia sido feito.
No mesmo tom foi a declaração oficial do Departamento de Estado: "O Brasil é um país importante, tanto globalmente quanto na América Latina", disse Sean McCormack, porta-voz da pasta de Condoleezza Rice, ontem à tarde. "Trabalhamos muito bem com o presidente Lula e seu governo e esperamos continuar a fazê-lo."

Torcida
A Casa Branca torcia discretamente pela reeleição. A análise dos responsáveis no governo pela América Latina é que é melhor que o maior país de uma região instável seja comandado por um líder já conhecido, confiável -e que tem afinidade com Bush- do que alguém que pudesse vir a causar surpresas.
No momento em que é iminente a perda para a oposição de pelo menos uma das duas Casas legislativas do Congresso, tudo o que Bush quer é menos tensão na América Latina.
Sua administração já tem preocupação suficiente com a ascensão de Hugo Chávez e sua influência cada vez maior e no que é considerado por Washington como discípulo do líder venezuelano, o presidente boliviano, Evo Morales.
Procurada pela Folha, Susan Schwab, do equivalente local ao Ministério de Comércio Exterior dos EUA, preferiu não se manifestar sobre a reeleição. É ela que lidera os esforços para que os dois países cheguem a bom termo tanto na chamada Rodada Doha quanto na questão do sistema geral de preferências (SGP), que isenta o Brasil de algumas tarifas comerciais. No primeiro caso, as negociações estão paradas. No segundo, o provável é que um Congresso democrata exclua o país dos benefícios.


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