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ELEIÇÕES 2006 / POLÍTICA EXTERNA
Bush deve ligar hoje para parabenizar Lula
Departamento de Estado diz que "trabalha bem" com líder brasileiro; reeleição era a opção preferida pela Casa Branca
Susan Schwab, responsável
no governo americano pelas negociações comerciais
com o Brasil, não comenta
a reeleição de presidente
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O presidente dos Estados
Unidos, George W. Bush, deve
ligar ainda hoje para Luiz Inácio Lula da Silva para cumprimentá-lo pela reeleição.
"A Casa Branca dá os parabéns ao presidente Lula e espera trabalhar com ele no futuro",
é por enquanto a declaração extra-oficial do governo, dada à
Folha por um funcionário do
gabinete do republicano que
pediu para não ser identificado
porque o telefonema oficial
ainda não havia sido feito.
No mesmo tom foi a declaração oficial do Departamento de
Estado: "O Brasil é um país importante, tanto globalmente
quanto na América Latina",
disse Sean McCormack, porta-voz da pasta de Condoleezza
Rice, ontem à tarde. "Trabalhamos muito bem com o presidente Lula e seu governo e esperamos continuar a fazê-lo."
Torcida
A Casa Branca torcia discretamente pela reeleição. A análise dos responsáveis no governo
pela América Latina é que é
melhor que o maior país de
uma região instável seja comandado por um líder já conhecido, confiável -e que tem
afinidade com Bush- do que
alguém que pudesse vir a causar surpresas.
No momento em que é iminente a perda para a oposição
de pelo menos uma das duas
Casas legislativas do Congresso, tudo o que Bush quer é menos tensão na América Latina.
Sua administração já tem
preocupação suficiente com a
ascensão de Hugo Chávez e sua
influência cada vez maior e no
que é considerado por Washington como discípulo do líder venezuelano, o presidente
boliviano, Evo Morales.
Procurada pela Folha, Susan
Schwab, do equivalente local
ao Ministério de Comércio Exterior dos EUA, preferiu não se
manifestar sobre a reeleição. É
ela que lidera os esforços para
que os dois países cheguem a
bom termo tanto na chamada
Rodada Doha quanto na questão do sistema geral de preferências (SGP), que isenta o Brasil de algumas tarifas comerciais. No primeiro caso, as
negociações estão paradas. No
segundo, o provável é que um
Congresso democrata exclua o
país dos benefícios.
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