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Chinaglia pede alternância entre PT e PMDB
Deputado sinaliza que apoio a Michel Temer para presidente da Câmara está condicionado ao apoio a Tião Viana no Senado
Em um jantar que contou com 15 dos 20 senadores do PMDB, o partido ratificou anteontem seu desejo de eleger o presidente da Casa
MARIA CLARA CABRAL
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), recolocou o PT na linha de ataque
ontem ao dizer que o acordo
que o levou à presidência da
Casa envolve o revezamento no
Senado e o "diálogo partidário".
As declarações do petista
abrem espaço para o entendimento de que o compromisso
de seu partido de apoiar Michel
Temer (PMDB-SP) permite
condicionar o apoio dos peemedebistas à candidatura do
senador Tião Viana (PT-AC).
"Eu prefiro dizer que em nenhum momento o acordo esteve para ser rompido. Quando
nós [petistas] redigimos o texto
[de apoio ao PMDB na Câmara], é só ler o texto com atenção,
é um texto equilibrado, que
permite uma negociação envolvendo Câmara, envolvendo Senado, envolvendo um diálogo
partidário que passa por estes e
outros caminhos. Portanto
creio que qualquer vaticínio do
que vai ocorrer é prematuro."
O texto o qual o atual presidente se refere não faz nenhum
tipo de condicionamento do
apoio na Câmara ao quadro sucessório no Senado. Diz apenas
que no processo não há a busca
pela hegemonia, mas a repartição adequada de poderes.
O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e o líder da bancada, deputado Maurício Rands (PE), disseram aos
peemedebistas, no início da semana, que o apoio a Temer estava mantido independentemente da negociação no Senado. Já Chinaglia, que esteve no
lançamento da candidatura do
peemedebista, disse que está
fazendo articulações e "alertas"
para conduzir todo o processo.
Em jantar que contou com 15
dos 20 senadores do PMDB, a
bancada do Senado ratificou
anteontem à noite seu desejo
de lançar um nome do partido
como candidato à Presidência
da Casa, minando as articulações de Tião Viana (PT-AC).
O principal articulador da
idéia é o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele, inclusive,
já avisou o presidente Lula que
a bancada só aceitará um peemedebista no comando do Senado. O nome favorito é de José
Sarney (PMDB-AP), que foi ao
jantar realizado no apartamento de Valter Pereira (PMDB-MS). No encontro, Sarney disse
que não quer ser candidato,
mas na avaliação da maioria
"não é, na verdade, um sim".
Calheiros pavimenta sua volta ao posto de líder de bancada,
cargo que ocupou até 2005. Para tanto, precisa da ajuda de
Sarney, e por isso trabalha para
fazê-lo presidente. "Eu, Romero Jucá, Roseana e José Sarney
estamos conversando com todos e com o presidente Lula,
mas eu não postulo cargo algum", afirmou Calheiros à Folha: "Eu só quero ajudar".
Dentro do bancada, ele nunca perdeu sua ascendência,
apesar do enfraquecimento sofrido durante o episódio Mônica Veloso. "Ele [Renan] não
precisa de braçadeira para ser
capitão. Renan sempre foi e
sempre será líder", disse Wellington Salgado (PMDB-MG).
Renan tem conversado com o
PSDB e com o DEM. Ambos
partidos não querem Tião Viana na Presidência do Senado.
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