da Agência Folha, em Belo Horizonte

Dois integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foram baleados na madrugada de ontem durante tentativa de invasão de uma fazenda em Galiléia (MG), na região de Governador Valadares. Cinco sem-terra foram presos.
Os homens que atiraram fugiram e não tinham sido identificados até o final da tarde de ontem.
Os sem-terra presos são acusados de posse e transporte ilegal de armas. Às 6h30 de ontem, cerca de três horas após o conflito, os dois ônibus, três caminhões (um deles carregando um trator) e três carros que transportavam os cerca de 90 integrantes do movimento foram interceptados pela PM, que encontrou armas e munições.
Foram apreendidos, de acordo com o tenente-coronel Luiz Carlos Albino, dois revólveres, nove espingardas e cinco garruchas, todas carregadas, além de 73 balas, pólvora e chumbo.
"Encontramos também seis cápsulas deflagradas, mas não sabemos se os disparos foram feitos no local", disse Albino.
O tiroteio aconteceu na estrada que dá acesso à fazenda Três Pedras Córrego Branco, na zona rural de Galiléia (380 km de Belo Horizonte), que está em processo de vistoria pelo Incra. A fazenda pertence a Said Mansur e sua mulher, Edir Mansur. Estavam na fazenda o casal e mais três pessoas, que serão chamados para depor.
De acordo com o depoimento dos sem-terra, os veículos que os transportavam tiveram que parar na estrada porque um trator bloqueava o caminho. Teria havido discussão entre os supostos seguranças e os sem-terra.
Quando a maioria já tinha deixado o local, aconteceram os disparos que atingiram Paulo Papa Silva e Alan Carlos Garcia. Eles foram operados e passam bem.
A Agência Folha não localizou nenhum dirigente do MST em Belo Horizonte ou em Governador Valadares. O casal Mansur também não foi encontrado.


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