Campinas, Sexta-feira, 01 de Setembro de 2000

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ELEIÇÕES 2000
Pompeo de Mattos, da CPI do Narcotráfico, diz que não autorizou uso de imagens em propaganda eleitoral
Mingone usa declaração sem autorização

RICARDO BRANDT
DA FOLHA CAMPINAS

O deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS), sub-relator da CPI do Narcotráfico para Campinas, afirmou ontem que não autorizou a exibição de suas declarações sobre as investigações da comissão no programa eleitoral do candidato à Prefeitura de Campinas pelo PFL, Roberto Mingone.
O candidato do PFL passou em seu programa gratuito de TV de anteontem, e repetiu ontem à noite, declarações do deputado afirmando que a CPI não havia levantado provas contra Mingone.
O pefelista foi acusado na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Narcotráfico de receber verbas para a campanha para deputado federal, que disputou em 98, de pessoas supostamente ligadas ao crime organizado.
"Eu desautorizo qualquer pessoa a usar minhas declarações em campanha eleitoral", afirmou o deputado. Segundo Mattos, ele foi um dos integrantes da comissão que defendeu o adiamento da conclusão do relatório final da CPI para depois das eleições.
"Eu acho que o relatório deve vir só após as eleições exatamente para evitar que pessoas se utilizem dele para fazer campanha", disse Mattos. Mattos vai pedir cópia do programa de Mingone para decidir que medidas tomará.

Entrevista
O presidente do PFL em Campinas, deputado estadual Edmir Chedid, afirmou que as declarações do deputado federal foram colhidas durante uma entrevista dada a uma rede de televisão aberta, em Brasília (DF).
"Continuaremos a veicular as declarações, se for necessário", declarou Chedid. Mingone não quis falar sobre o assunto ontem à Folha.
Em um pedido de direito de resposta feito ontem pelo candidato do PSDB, Carlos Sampaio, o fato foi apresentado como desrespeito à legislação eleitoral.
Segundo o documento, Mingone não poderia inserir um parlamentar de outro partido de outra coligação em seu horário eleitoral.
No documento, Sampaio pediu, à Justiça, que Mingone seja proibido de continuar veiculando as declarações de Mattos.
Além desse caso, Carlos Sampaio pediu ontem à Justiça a concessão de direito de resposta no horário do programa eleitoral gratuito da coligação Avança Campinas, de Mingone.
O candidato pefelista divulgou, em seu programa eleitoral gratuito da TV, a frase "A CPI foi usada por falsa liderança de Campinas".
Segundo a ação movida por Sampaio, as cores das letras e a forma de escrevê-las, fazem menção ao PSDB. Em razão disso, na opinião de Sampaio, fica subentendido que o candidato tucano usou de tráfico de influência, o que é proibido por lei.
Sampaio alega que foi difamado, injuriado e caluniado. O PFL informou ontem que vai esperar a decisão da Justiça.


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